FMI diz que raptos condicionam vontade de investir em Moçambique

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Enquanto não se operacionaliza a Companhia Anti – raptos, o crime organizado, com destaque para os raptos, continua a exibir a sua musculatura nas principais cidades do país. No entender do representante do Fundo Monetário Internacional em Moçambique, Alexis Meyer Cirkel, este fenômeno afecta negativamente o ambiente de negócios no país.

Os ´planos elaborados para colocar um ponto final a onda de insegurança que vive nos principais centros urbanos do país ainda não saiu da teoria para pratica, sendo que a onda dos raptos já precipitou a saída de muitos empresários do país.

À margem de um seminário organizado pela Comissão do Plano e Orçamento da Assembleia da República, sobre perspectivas e oportunidades macro-económicas para 2024, representante do Fundo Monetário Internacional em Moçambique, Alexis Meyer Cirkel disse os raptos ganharam contornos alarmantes e, por isso, condicionam, sobremaneira vontade de investir em Moçambique

“Há impacto sim, não há dúvida. A insegurança pública gerada pelos raptos tem um impacto sobre a vontade de investir. Os investidores que se sentem ameaçados acabam cancelando os investimentos projectados.  Contudo, nós ainda não fizemos um estudo quantitativo para definir o real impacto económico do fenómeno”, disse Cirkel, citado pela Carta.

O recrudescimento do crime organizado preocupa sobremaneira o sector privado no país, daí que Agostinho Vuma defendeu, recentemente, a necessidade de se repensar na estratégia de combate aos raptos.

“A nível dos raptos que, como sabéis, continuam a condicionar a actividade empresarial em Moçambique. Sobre isto, a CTA está a conduzir uma reflexão empresarial conjunta com vista a identificar acções estratégicas, primeiro no âmbito do quadro legal onde propomos a revisão da legislação atinente ao estatuto orgânico e tutela do SERNIC. Há que repensar no Estatuto Orgânico do SERNIC. Por exemplo, ao nível dos PALOP, só em Moçambique e Angola é que a polícia de investigação criminal é tutelada pelo poder executivo. Nos restantes casos, a tutela é feita pelo poder judicial, até por uma questão de transparência no processo investigativo”, disse o presidente da CTA

Refira-se que, de acordo com dados provisórios da Confederação das Associações Econômicas de Moçambique, até Fevereiro de 2023, a indústria de raptos já extorquiu mais de 2,2 mil milhões de meticais, ou seja, 34 milhões de dólares aos empresários que operam em Moçambique

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