A caça furtiva é considerada a terceira actividade ilícita mais lucrativa do mundo, depois da venda ilegal de drogas e armamento. Em Moçambique, apesar dos reforços das medidas de segurança nos parques, este fenómeno continua a tirar sono às autoridades. Entretanto, mesmo diante das preocupações, a ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, revelou, na última semana, que a caça furtiva reduziu 70% no país.
Duarte Sitoe
A titular do pelouro da Terra e Ambiente reconheceu que para a redução dos casos de caça furtiva foi imprescindível o contributo dos magistrados e agentes na lei e ordem, visto que a instituição por si liderada não seria capaz de conter os crimes contra vida selvagem.
“Podemos dizer que reduzimos em cerca de 70% a problemática da caça furtiva. Acompanhamos a apreensão dos produtos de fauna e não só aquilo que é a condenação em penas de prisão que tivemos a oportunidade de acompanhar a última que foi de 30 anos de prisão maior”, declarou Maibaze.
Em Abril do ano em curso, Moçambique organizou, nos Estados Unidos da América, concretamente em Washington, a Conferência Internacional para a Sustentabilidade da Floresta do Miombo, tendo à margem do evento o Governo pedido 500 milhões para a concretização da acções alistadas na Declaração de Maputo.
Questionada sobre o estágio da colecta de fundos, a ministra da Terra e Ambiente declarou que até aqui o Executivo apenas conseguiu apenas 150 milhões de dólares, referindo que está em preparação uma nova reunião para mobilizar os parceiros.
“Conseguimos até esta altura 150 milhões de dólares. A nossa meta é cerca de 500 milhões de meticais. Usamos a oportunidade na reunião de Washington para divulgar esta iniciativa e mobilizar recursos. Temos em vista a preparação de outra reunião em Nova Iorque, onde os parceiros terão oportunidade de nos comunicar sobre o valor mobilizado para apoiar esta iniciativa. Por conta disso, o Governo tem mobilizado outros parceiros a nível nacional”.
A ministra da Terra e Ambiente, referiu, por outro lado, que o crescimento populacional, queimadas, desmatamento, mineração e infra-estruturas colocam os ecossistemas nacionais em perigo.
Para além de explicar que os ecossistemas desempenham um papel crucial para a maioria da população rural, Ivete Maibaze revelou que Moçambique possui pela primeira vez um mapa histórico actualizado e detalhado de vegetação bem como uma avaliação dos estados dos seus ecossistemas.
Segundo esclareceu Maibaze, o mapa contém 162 sistemas mapeados, ricos em biodiversidade e fundamentais para a subsistência da maioria da população rural.
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