Nini Satar novamente associado como mandante dos raptos

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Nini Satar, que se encontra a cumprir pena de 24 anos após violar a liberdade constitucional, em conexão com  o caso do assassinato do jornalista Carlos Cardoso, e que pesam sobre si vários processos ligados a raptos e que já foi pronunciado em casos ligados ao tráfico de drogas, está a ser novamente associado aos raptos no país. Uma investigação do jornal sul-africano Times LIVE, em coordenação com a Fundação Henry Nxumalo, concluiu que existem evidências que apontam como sendo o comandante de alguns dos maiores raptos com pedidos de resgate na África do Sul e Moçambique.

Um documento baseado nas investigações do Times LIVE tem estado a circular nos últimos dias, sobretudo na comunidade empresarial de ascendência asiática. O documento cita  em entrevistas com fontes moçambicanas e do SAPS, amigos e familiares das vítimas, documentos classificados de segurança do Estado em Moçambique e África do Sul.

Na investigação, a publicação avança que  os crimes são executados por uma espécie de colaboradores cumprindo ordens emitidas a partir do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança da Machava, vulgo “B.O.”, na província de Maputo.

O jornal sul-africano, através da sua investigação intitulada “On the hunt: Exposing South Africa’s kidnapping kingpins” (À caça: Expondo os chefes de rapto da África do Sul, em português), apontava Esmail Nangy, Edson Vombe e Mahomed Bakhir Ayoob como principais colaboradores de Nini.

Segundo a TimesLIVE, existem provas dos familiares e amigos das vítimas, dos Serviços Policiais da África do Sul (SAPS, na abreviatura em inglês), do SISE e registos policiais internacionais “que alguns dos principais raptos com pedido de resgate na África do Sul terão sido orquestrados pelo grupo de Satar e levados a cabo pelos seus homens de maior confiança”.

“De acordo com documentos dos serviços secretos moçambicanos, é a partir da sua cela na infame prisão de segurança máxima B.O., em Maputo, que as polícias moçambicana e sul-africana acreditam que Satar tem vindo a construir, desde 2012, o seu império de raptos, que obrigou muita da elite empresarial do país a fugir para a África do Sul”, lê-se.

Ouvido pelos investigadores, o advogado de Nini Satar, Mutola Escova refutou as alegações perante os investigadores, dizendo tratar-se de boatos, até porque “Satar é um empresário de sucesso. É proprietário de 40 apartamentos em Paris. É um grande homem de negócios e isso sempre causou muita inveja na sociedade”.

Os crimes de rapto na África do Sul, diz a investigação, recrudesceram com a chegada de Esmail Nangy, Edson Vombe e Mahomed Bakhir Ayoob entre 2013 e 2017. Eles iam à procura de empresários muito ricos que fugiram de Moçambique devido a ondas de assaltos nos anos anteriores. “Fonte da inteligência sul-africana diz que eles são apelidados de ‘Os Moçambicanos’”.

“Estamos actualmente a investigar fortes ligações entre Satar, Nangy e Vombe, que aparentemente assumiram a gestão diária das operações de Satar na África do Sul”, disse um membro sénior do Gabinete Central de Combate ao Crime Organizado e Transnacional da PGR, citado na investigação.

Os pagamentos dos resgastes eram efectuados para contas domiciliadas no Dubai, através do sistema Hawala e a cambistas, e outras contas de Moçambique no Dubai.

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