Entre Janeiro e Junho do ano em curso, de acordo com a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA), foram registados pelos menos 15 raptos, sendo que o grosso não foi esclarecido. O recrudescimento dos raptos preocupa sobremaneira o sector privado, uma vez que ainda não foram identificados os mandantes.
Desde 2011 a esta parte que o crime organizado, com destaque para os raptos, exibe a sua musculatura nas principais cidades moçambicanas sob o olhar impávido das autoridades da lei e ordem.
Este fenômeno que já precipitou a saída de mais de 150 empresários do país preocupa a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique.
“Registamos, contudo, com profunda preocupação, que desde o surgimento deste fenómeno em 2011, houve um cumulativo de mais de 250 casos de raptos, maioritariamente de empresários e seus parentes, dos quais poucos estão esclarecidos e, em todos os casos, apesar de declarações de terem sido identificados alguns dos seus mandantes, não temos registo público da detenção e condução à justiça de qualquer deles”, declarou Agostinho Vuma, presidente da CTA à margem do Economic Breafing para depois referir que no primeiro semestre houve registo de 15 raptos.
“Só no primeiro semestre de 2024, registaram-se 15 raptos, dos quais, algumas das vítimas, ainda continuam em cativeiro. Isto eleva o estado de perigo, terror e inquietação dos membros da classe empresarial, resultando no abandono do País por alguns deles, o que não se mostra como uma saída tendo em consideração que a maioria das vítimas, apesar da cor da sua pele, são moçambicanos e, portanto, sem opções, nem interesse de abdicar da sua nacionalidade”.
Para acabar com o clima de medo e instabilidade que se vive no seio do empresariado nacional, Agostinho Vuma revelou que a agremiação por si liderada propôs ao Executivo medidas estratégicas, nomeadamente, o Reforço do Sistema de Segurança Nacional e Medidas Tácticas e Operativas.
“Devido à gravidade da situação, e na nossa qualidade de entidade de utilidade pública, temos vindo a desenvolver diversas acções de advocacia junto do Governo, e juntando todas as associações empresariais com interesse directo na matéria, o que resultou na produção de uma série de propostas de acção para a erradicação deste mal. Destas propostas, gostaríamos de destacar a imperiosidade de Medidas Estratégicas, Reforço do Sistema de Segurança Nacional e Medidas Tácticas e Operativas que envolvam diversos segmentos sociais, particularmente, unidades especializadas das Forças de Defesa e Segurança, a colaboração das vítimas resgatadas e/ou restituídas à liberdade, incluindo um programa específico e fiável de protecção às testemunhas e vítimas”, referiu.

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