Depois da promessa da revitalização, instalações da MABOR vendidas à Office Mart

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Na qualidade de ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, em 2021, prometeu ressuscitar as indústrias adormecidas, com destaque para a MABOR. No entanto, tudo indica que esta promessa não vai sair da teoria para a prática, uma vez que, se por um lado, faltam apenas três meses para terminar o segundo e último ciclo de governação de Filipe Nyusi, e, por outro, as instalações da fábrica da MABOR foram vendidas à Office Mart, num negócio cujos contornos ainda não estão claros.

 

Duarte Sitoe

 

Em 1970, Moçambique ocupava a 10ª posição no ranking dos países mais industrializados do continente africano, sendo que a industrialização foi impulsionada pelo surgimento de complexos agro-industriais de açúcar, coquezal e de sisal, indústrias de extracção de óleos vegetais, do descaroçamento e prensagem de algodão, da preparação do chá, da serração de madeira, do sabão, do tabaco, da cerveja, do cimento, do vestuário, moagem de trigo, a fiação e tecelagem de algodão e juta; a refinação de petróleos, a laminagem de ferro e aço, a construção e montagem de material de caminho de ferro entre outras.

 

Entretanto, de lá a esta parte, o país perdeu o fulgor industrial que o caracterizava, passando a ser um mero importador dos produtos acabados. Visando mudar este cenário e colocar Moçambique na rota da industrialização, Carlos Mesquita prometeu, em 2021, ressuscitar as indústrias adormecidas em alguns pontos do país.

 

O então ministro da Indústria e Comércio explicou que o processo de recuperação das indústrias adormecidas devia ser acompanhado por um estudo de viabilidade visando aferir a pertinência na actual conjuntura de globalização do mercado, tendo revelado que entre as indústrias paradas ou encerradas consta a MABOR.

 

Quando se caminha a passos galopantes do término do segundo e último ciclo de governação de Filipe Jacinto Nyusi as portas daquela empresa que se dedicava ao fabrico de pneus de altíssima qualidade continuam encerradas, ou seja, a recuperação da MABOR não saiu da teoria para a prática no reinado de Nyusi.

 

Instalações da MABOR com novo dono e negócio foi tratado no secretismo

 

A Office Mart, empresa de distribuição de material escolar e papel, tornou público, recentemente, que adquiriu as antigas instalações da MABOR, referindo que através desta aquisição vai reduzir a importação de livros no país.

 

“Com esta aquisição, a empresa pretende adquirir e transformar as áreas anexas numa zona moderna. Estaremos melhor preparados para fazer a produção de diversos livros escolares. Essa iniciativa economizará divisas e fortalecerá a estabilidade cambial nacional, assim como irá criar diversas oportunidades de emprego em áreas como produção, vendas, logística e marketing. A capacitação da mão-de-obra local será promovida, melhorando as habilidades técnicas e de gestão da população”, explicou a direcção da Office Mart através de comunicado.

 

Segundo uma pesquisa levada a cabo pelo Evidências, o negócio entre o Governo e Office Mart foi tratado no secretismo, uma vez que o Executivo ainda não fez uma comunicação oficial sobre o mesmo.

 

Aliás, a empresa de distribuição de material escolar e papel revelou que adquiriu as antigas instalações da MABOR na primeira quinzena de Agosto, porém o Governo ainda não se pronunciou sobre este negócio.

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