O MISA Moçambique denunciou, esta terça-feira, 28 de Janeiro, no Parlamento Europeu, as crescentes violações aos direitos de informação e liberdade de expressão em Moçambique, com destaque para a repressão contra jornalistas, censura, bloqueios digitais e ataques à imprensa durante a crise pós-eleitoral.
Durante a sessão da Subcomissão sobre os Direitos Humanos (DROI), o Director Executivo do MISA Moçambique, Ernesto Nhanale, alertou para o agravamento das restrições às liberdades fundamentais, incluindo agressões contra jornalistas, censura contra os órgãos de informação tradicionais e o bloqueio da internet como estratégia de controlo do fluxo de informação sobre as manifestações.
Ademais, Nhanale destacou que durante as manifestações que duraram cerca de três meses, a organização registou 19 casos de violência directa contra jornalistas, incluindo detenções arbitrárias, ataques físicos e, no último mês de Janeiro um desaparecimento forçado, perpetrados pelos envolvidos nas manifestações.
Por outro lado, fez saber sobre o aumento da desinformação e do discurso de ódio no espaço digital, o que agravou a violência digital, assédio e exposição da vida privada de alguns actores.
Face a este cenário, o MISA Moçambique apela a uma investigação independente sobre os abusos cometidos durante este período e defende reformas institucionais urgentes para garantir a liberdade de imprensa e a protecção dos jornalistas.
Por seu turno, os eurodeputados da DROI manifestaram profunda preocupação com as violações dos direitos humanos em Moçambique durante a crise e instaram a União Europeia a adoptar uma posição mais firme na defesa dos Direitos Humanos, monitoria dos processos eleitorais, bem como na mitigação dos conflitos recorrentes a cada ciclo eleitoral no país.

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