Guebuza regressa às comemorações na Praça dos Heróis, numa cerimónia sem Nyusi

DESTAQUE POLÍTICA
  • Ex-PR recebeu convite, mas estranhamente não marcou presença
  • Nos últimos anos, Guebuza não marcou presença em nenhuma cerimónia dirigida por Nyusi
  • Discurso de ruptura de Chapo na Praça da Independência terá irritado Filipe Nyusi

A cerimónia solene de celebração do 03 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, contou com o regresso do antigo Presidente da República, Armando Guebuza à Praça dos Heróis, depois de muitos anos sem marcar presença nas cerimónias dirigidas pelo seu sucessor Filipe Nyusi, com quem não tem uma boa relação de algum tempo a esta parte. Estranhamente, Nyusi não marcou presença na primeira cerimónia dirigida por Daniel Chapo, enquanto Presidente da República, apesar de ter recebido um convite formal da Presidência da República. Nos corredores correm rumores de que o ex-estadista não digeriu de bom grado o discurso de ruptura proferido por Daniel Chapo na tomada de posse e tem estado a evitar contacto. Aliás, terá inclusive manifestado interesse em deixar a direcção máxima do partido no mesmo dia, o que não lhe foi permitido

Duarte Sitoe

Os moçambicanos que se fizeram a Praça dos Heróis para acompanhar in loco as cerimónias centrais do Dia dos Heróis Moçambicanos, não tiveram a chance de ver Filipe Nyusi como um cidadão comum, após 10 anos como Presidente da República.

Filipe Nyusi, apesar de ter recebido um convite formal da Presidência da República, normalmente formulado para os antigos Presidentes da República, foi um dos grandes ausentes das celebrações dos Dia dos Heróis Moçambicanos.

De referir que a última aparição pública de Nyusi foi no Posto Administrativo de Mueda, arredores da província de Cabo Delgado, onde participou numa partida de futebol em sua homenagem. No vídeo colocado a circular nas redes sociais, o autoproclamado “empregado” dos moçambicanos, para além de dividir o rectângulo do jogo com a juventude, aparece no autocarro a cantar canções motivacionais frequentemente entoadas nos campos de futebol.

Dados na posse do Evidências apontam que o antigo Estadista continua na sua terra natal, província de Cabo Delgado, sendo que nos próximos dias vai escalar a Cidade de Maputo tendo em vista a sua participação na sessão Extraordinária do Comité Central da Frelimo, reunião cujo principal ponto de agenda é a eleição do novo Presidente e secretário-geral do partido sexagenário.

Curiosamente, o primeiro grande acto orientado por Daniel Chapo na praça dos heróis marcou o regresso de Armando Guebuza aos eventos do Estado, que há um par de anos não marcava presença em eventos orientados pelo seu sucessor Filipe Nyusi com quem não tem uma boa relação.

Ao seu estilo, Armando Guebuza, acompanhado de sua esposa, aproveitou a efeméride para defender que todos os moçambicanos devem contribuir para a paz e estabilidade social neste momento.

“Todos têm de trabalhar para que a situação arrefeça. Se uns estão a fazer arrefecer a situação e outros (Venâncio Mondlane) estão a colocar cada vez mais fogo. Naturalmente, que vamos alcançar os nossos objectivos, mas com muito mais sacrifícios do que se todos nós trabalharmos juntos para que o nosso Moçambique fique em paz”, referiu o antigo Presidente da República para posteriormente declarar que almeja que o resultado do diálogo político seja a paz.

“Essa é a nossa grande esperança (…) O Presidente Chapo já declarou que está pronto para falar com Venâncio Mondlane. O Venâncio Mondlane também diz que quer falar. O resto há-de se ver lá quando falarem”, destacou.

Já o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, disse que os mais jovens devem deixar de ser informados pelas redes sociais e as fofocas e estudarem mais sobre a história do país, principalmente sobre como Eduardo Mondlane criou a Frelimo e como morreu.

“O passado é muito importante para se construir o futuro. Temos de saber de onde viemos, para onde vamos, e por onde passámos. Há muito para se dizer”, disse Joaquim Chissano, reconhecendo os desafios da juventude e que podem ser ultrapassados com uma educação correcta dos jovens, dentro do “debate que vai haver com toda a sociedade, conforme o Presidente disse aqui”.

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