- É acusado de ter pago cotas atrasadas para 32 associações a troco de voto
Como tem sido apanágio, as eleições na Confederação das Associações Económicas (CTA) já começaram e com elas também os velhos problemas e suspeições de corrupção. Mal o processo iniciou e um dos candidatos, no caso, Álvaro Massingue, actual presidente da Câmera de Comércio de Moçambique (CCM), enfrenta uma possibilidade real de vir a ser afastado da corrida por suspeitas de tentativa de compra de votos, através de um esquema de liquidação de cotas em atraso de 32 associações com fundos de origem duvidosa. A decisão sobre a sua continuidade ou não no pleito eleitoral será conhecida dentro de dias, depois de cumpridos 10 dias dados pela CTA para que este possa se defender.
Evidência
Quando faltam exactos 30 dias para as eleições marcadas para 08 de Maio, há barulho na casa dos patrões. Álvaro Massingue, um dos concorrentes, está a ser acusado pelo Conselho Directivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique de ter engendrado um esquema para manipular o processo eleitoral.
Para lograr os seus intentos, segundo a acusação, Massingue terá, através de um mandatário, identificado por Cleyton Evaldo Cossa Machaieie, efectuado pagamentos de quotas em atraso de 32 associações.
O escândalo foi descoberto quando, durante as averiguações, foi constatado que um único depositante, sem nenhum vínculo com as associações beneficiárias tinha feito os depósitos que variavam entre 24 e 50 mil meticais.
Diante da situação,o a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, instaurou um processo disciplinar contra Álvaro Massingue que tem 10 dias para se defender das acusações, antes da marcação de uma assembleia-geral extraordinária, a qual poderá discutir a sua situação.
A CTA acredita que os referidos pagamentos, cujos comprovativos e as respectivas respostas das associações beneficiárias – a confirmarem, maior parte delas, não ter vínculo com o cidadão Cleyton Machaieie – foram anexados, tinham como propósito assegurar o apoio eleitoral das referidas associações à candidatura de Alvaro Massingue à presidência da CTA.
Alvaro Massingue, que concorre pela segunda vez consecutiva à presidência da CTA, é acusado de não ter feito pagamento de quotas de sua empresa SOTUX durante quase todo o mandato, tendo regularizado a situação agora nas vésperas das eleições, simplesmente para se tornar elegível.
“Verificou-se, também que, durante o seu mandato à frente da Câmara de Comércio de Moçambique, o ora arguido tem adoptado uma postura sistemática de descredibilização da CTA, criando divisões institucionais e promovendo a sobreposição da sua entidade à CTA em matérias que não lhe são atribuídas”, lê-se no processo disciplinar que acusa Massingue de tentar descredibilizar a CTA.
Álvaro Massingue desmente interferência nas eleições internas da CTA
Citado pela Agência de Informação de Moçambique, o presidente de Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Álvaro Massingue, nega as acusações postas a circular sobre uma alegada tentativa de interferência nas eleições internas.
Em reacção às acusações, a CCM – presidida por Massingue – nega qualquer envolvimento com as irregularidades mencionadas pela CTA e diz que a acusação sobre tais práticas “é infundada, difamatória e carece de qualquer respaldo jurídico ou factual”.
“Conforme a CCM, face à gravidade das acusações e à exposição indevida do nome do Dr. Álvaro Massingue, será apresentada uma resposta formal, em sede própria; serão requeridas as devidas responsabilizações legais contra os autores das acusações falsas e prejudiciais à sua honra e reputação”, refere a CCM em comunicado.
Refira-se que esta é a segunda vez que Massingue concorre à presidência da CTA, depois de derrotado em 2020. A data para a eleição deste ano foi decidida pela 5ª Secção Cível do Tribunal Judicial do Distrito de Ka Mpfumo, na Cidade de Maputo, num escrutínio em que o vencedor deverá substituir Agostinho Vuma.

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