Assa Matusse junta Tabasily e Mingas em um espectáculo memorável no CCMC

CULTURA DESTAQUE
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A cantora moçambicana Assa Matusse reuniu-se com duas referências da música nacional, Mingas e Tabasily, para uma noite memorável no Centro Cultural Moçambique-China, em Maputo. O concerto, que aconteceu na última sexta-feira (13.06), marcou o regresso de Assa aos palcos nacionais um ano após o lançamento do álbum “Mutchangana” e depois da sua aclamada performance no festival internacional MTN Bushfire, no Reino de Eswatini.

 Ao longo da noite, os três artistas celebraram a moçambicanidade em palco, numa fusão de gerações, estilos e vozes que reafirmaram o valor da música moçambicana.

A abrir o espectáculo, Assa Matusse surgiu com energia contagiante e trajes inspirados na tradição “changana”. A sua actuação arrancou aplausos imediatos, especialmente com a interpretação da faixa “Mutchangana”.

Em declarações à imprensa, a artista destacou o carácter simbólico do evento: “Este concerto é o reflexo do que acredito: a música deve unir, celebrar e educar. Cresci ouvindo Mingas, dancei muita marrabenta com as músicas do Tabasily (…). Ter esses ícones ao meu lado é mais do que um privilégio. É um reencontro com a minha raiz,” afirmou, visivelmente emocionada.

A celebração prosseguiu com a entrada em palco de Tabasily, que trouxe consigo os sons característicos da marrabenta e a irreverência de sempre. Canções como “Hovha Wa Hine” e “Vovo dele” não deixaram ninguém sentado.

O público dançava, cantava, respondia aos refrões: “A marrabenta é como o coração do nosso povo. Estar aqui, ao lado dessas grandes mulheres, é a prova de que a nossa música ainda tem muito para dar,” disse o artista nos bastidores.

A emoção atingiu o auge quando Mingas subiu ao palco. A diva, cuja carreira atravessa gerações, encantou com interpretações cheias de força e sentimento. Canções como “Ndzumba” e “Xikongolotana” levaram o público ao delírio. Num dos momentos mais marcantes da noite, Mingas uniu-se a Assa Matusse num dueto da primeira faixa (Ndumba), criando uma ponte simbólica entre o passado e o presente da música nacional.

“A música é um elo entre gerações. Quando a Assa me convidou, senti que era a oportunidade de mostrar que a tradição e a modernidade podem caminhar juntas. Hoje, vi jovens dançarem ao som de canções que cantei há 30 anos. Isso é mágico,” comentou Mingas.

O público, que encheu o auditório do Centro Cultural Moçambique-China, não poupou nas manifestações de entusiasmo.

De jovens a veteranos, todos se deixaram envolver pela proposta do espectáculo, que combinou entretenimento com um profundo sentimento de pertença cultural.

“Ver essas três vozes juntas é ver o passado, o presente e o futuro da música moçambicana no mesmo palco,” disse Edna Mucavele, espectadora de 26 anos, acrescentando que “Foi emocionante, educativo e muito necessário”.

Mais do que uma simples apresentação musical, o concerto foi um manifesto cultural em defesa da identidade moçambicana. Entre aplausos, danças tradicionais e palavras de valorização da cultura moçambicana, os artistas deixaram uma mensagem clara que “é preciso continuar a investir na preservação, promoção e renovação da música feita em Moçambique”.

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