Notificado pela PGR: Manecas Daniel Diz que “a crista do sistema caiu” e aponta apoio de VM7 como possível motivo

DESTAQUE POLÍTICA
Share this

A Procuradoria-Geral da República (PGR) notificou para audição o presidente da Coligação Aliança Democrática (CAD), Manecas Daniel, e o porta-voz do movimento político, Justino Joaquim, no âmbito de investigações relacionadas com alegados crimes contra a segurança do Estado moçambicano.

A medida surge num contexto de tensão política e de denúncias de perseguição a figuras ligadas à oposição. Manecas Daniel afirma que já havia sinais dessa pressão anteriormente, quando a sua residência foi invadida pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR), sem qualquer mandado de busca ou captura apresentado.

“Eu deixei sempre o meu endereço disponível para qualquer notificação legal. Nunca participei de nenhum acto para preparar golpe de Estado, nem campanhas de incitamento. Tudo o que fiz foi dentro das regras da cidadania”, disse Daniel.

O líder da CAD considera que a verdadeira razão da sua convocatória poderá estar ligada ao apoio à candidatura presidencial do Venâncio Mondlane: “Achamos que o nosso pecado foi esse. Porque, de acordo com aquilo que nós vivemos, a crista do sistema caiu, já não é aquele com o poder assustador de outros tempos”, declarou.

Daniel relata ainda que, antes dos acontecimentos, teve um encontro considerado positivo com o Presidente da República, no dia 9 de Abril: “Fui bem recebido. Pedi condições para que a CAD pudesse continuar o seu trabalho no terreno e recebi garantias disso. Mas 13 dias depois, minha casa foi invadida, sem explicações”, lamentou.

Por sua vez, o porta-voz da CAD, Justino Monjane, confirma ter sido levado de casa pelas autoridades e convocado novamente para prestar declarações. Monjane refuta todas as acusações, destacando suas limitações visuais e ausência de envolvimento em acções violentas.

“As acusações envolvem conspiração contra o Estado, atentado à segurança e apoio a manifestações violentas. Mas eu nunca participei em reuniões com organizadores dessas manifestações. Só a PGR pode esclarecer de onde vêm essas suspeitas”, disse o porta-voz da CAD.

Os dirigentes da CAD afirmam-se tranquilos e comprometidos com a legalidade, reiterando que as suas acções se enquadram na cidadania e no direito democrático à participação política. Entretanto, alertam para sinais de intimidação que, segundo eles, lembram práticas do passado que ameaçam o ambiente democrático no país.

Promo������o
Share this

Facebook Comments