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- ANAMOLA já cogita coligações e alianças nas próximas eleições
O ex-candidato presidencial e líder do Partido ANAMOLA, Venâncio Mondlane, admitiu a possibilidade de formar uma coligação com o carismático edil da Beira, Albano Carrige, nas próximas eleições autárquicas, como forma de unir forças entre partidos da oposição e, consequentemente, quebrar a hegemonia de mais de 50 anos da FRELIMO no poder.
Elísio Nuvunga
O surgimento do ANAMOLA, movimento liderado por Venâncio Mondlane, trouxe uma nova reconfiguração do panorama político nacional, ameaçando, com sua aparente força, quebrar com a hegemonia dos partidos tradicionais.
Calculista, o líder do novo partido, Venâncio Mondlane, já tem na mira os seus objectivos nas próximas eleições. Para já, o partido diz não ter intenção de concorrer na Beira, o que evitaria uma corrida frenética com o quase certo candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Albano Carige, mas também evitaria dispersão de votos.
Desde 2009, a Beira é território do MDM, com um legado de mandatos sucessivos do seu fundador, o falecido Daviz Simango, agora cimentado pela popularidade de Albano Carrige que transformou o município num exemplo de liderança eficaz e presença junto aos munícipes.
Premiado recentemente como o melhor Presidente de Conselho Municipal do país, Carrige tem acumulado distinções que vão da gestão de resíduos sólidos à segurança, passando pela flexibilidade administrativa e proximidade com a população.
Em declarações recentes, Mondlane sublinhou que a génese do seu partido é, precisamente, a de construir entendimentos políticos e alianças e, pelo andar das coisas, na dita capital do Centro, não pretende entrar na luta. O político reconheceu o “capital político extraordinário” de Albano Carrige, destacando a sua popularidade e competência como presidente do Conselho Municipal da Beira.
“A nossa própria designação como partido é uma aliança. O que significa que a ideia fundamental é criar pontes, sinergias, frentes comuns e, portanto, este é o objectivo fundamental e estamos totalmente abertos. No caso da Cidade da Beira, não restam dúvidas de que o presidente do Município da Beira tem um capital político extraordinário, para além da competência demonstrada por ele”, disse.
Mondlane sublinhou que não pretende disputar espaço político com o edil beirense, mas sim encontrar formas de cooperação.
“É lógico que, caso ele esteja de acordo, nós não vamos entrar numa batalha campal com ele. Vamos arranjar uma forma de fazer pontes, alianças e uma possível frente, se ele estiver interessado, como também em outros municípios que estão a ser governados pela oposição”, disse.
Segundo Venâncio Mondlane, a estratégia passa por fortalecer a oposição a nível local e nacional através de entendimentos políticos. “A nossa visão em relação a esses municípios é mesmo entrar em acordos, uma aliança como uma força comum”, explicou.
Ademais, o presidente do partido ANAMOLA entende que a dispersão da oposição tem sido um dos principais factores que explica a longevidade da FRELIMO no poder:
“Há mais de 50 anos que a FRELIMO governa o país sem que a oposição tenha conseguido conquistar o poder ou unir-se em torno de uma frente comum. Por isso, acreditamos que chegou o momento de inverter esse cenário através de alianças estratégicas”, sustentou.



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