Ditaduras internas nos PALOP têm silêncio cúmplice de Portugal

DESTAQUE POLÍTICA
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O Presidente do Movimento Nova Democracia (ND), Salomão Muchanga, proferiu um discurso incisivo em Lisboa, na Casa de Moçambique em Portugal, no âmbito da conferência sobre “Oposição Política e Constitucionalidade no Espaço dos PALOP: Desafios e Perspectivas Democráticas”. Muchanga afirmou que os países dos PALOP, meio século após a libertação colonial, passaram de uma opressão estrangeira para ditaduras internas severas. O Presidente da Nova Democracia detalhou a natureza da nova elite no poder, denunciando uma captura dos órgãos estatais e eleitorais com cumplicidade internacional.

O líder moçambicano fez uma análise crítica do percurso democrático das nações africanas, sustentando que a verdadeira independência liberta as consciências.

“Os libertadores de ontem transformaram-se nos gangsters do poder de hoje. Da burguesia imperial passámos para uma burguesia nacional subalterna, que substituiu o colono branco pelo colono negro que persegue quem pensa diferente e captura a justiça e os órgãos eleitorais sob o silêncio cúmplice da comunidade internacional incluindo Portugal,” acusou.

Na sua intervenção, Salomão Muchanga sublinhou a importância fundamental da oposição para a saúde democrática, salientando que sem questionamento o poder se torna absoluto. Para o líder da ND, o papel da oposição é um ato moral e cívico que exige coragem e compromisso.

“A oposição política é a respiração da democracia. Ser oposição é um acto de patriotismo,” defendeu Muchanga

Em relação à sua controversa participação no Diálogo Nacional Inclusivo em Moçambique, Muchanga justificou a escolha como um ato de responsabilidade, apesar de ser um caminho sinuoso.

“Escolhemos estar à mesa não para legitimar o que está errado, mas para impedir que Moçambique seja decidido apenas por quem o destruiu e, a partir daí, lutar pela inclusão de todos,” disse.

No encerramento do seu discurso em Lisboa, o Presidente da ND lançou um apelo de união, trocando o passado por um futuro de cooperação e irmandade. Concluindo com uma chamada urgente à acção contra o autoritarismo, o líder afirmou que o tempo para os pretextos se esgotou.

“Que os PALOPs e Portugal se reencontrem no propósito da liberdade e da democracia. O tempo dos pretextos acabou. Chegou o tempo de vencer o medo, a mentira, a violência e a indiferença.”

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