KINANI 2025 transforma Maputo na capital africana da dança contemporânea

CULTURA DESTAQUE
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O programa da Bienal Internacional de Dança Contemporânea KINANI foi lançado na tarde de quarta-feira, 30 de outubro, na Estufa do Jardim Tunduru, em Maputo, num evento que reuniu artistas, músicos e várias figuras ligadas à cultura. A cerimónia contou com a presença da secretária de Estado das Artes e Cultura, Matilde Muocha, do vereador da Educação, Cultura e Desporto do Conselho Municipal de Maputo, Osvaldo Faquir, e do diretor do Centro Cultural Franco-Moçambicano, José Maria Queirós.

Na ocasião, Matilde Muocha destacou a importância do KINANI como uma plataforma que valoriza e projeta a cultura moçambicana além-fronteiras, reforçando o papel da arte na construção de uma sociedade mais consciente e criativa. “O Governo continuará a envidar esforços para apoiar as iniciativas que alavancam a cultura e fazem com que a arte chegue a todos os moçambicanos”, afirmou.

A edição deste ano do KINANI inclui uma cena aberta, uma conferência internacional sobre a indústria da dança, instalações dedicadas aos 20 anos da dança contemporânea em Moçambique, e uma homenagem a Domingos Bié, reconhecido como uma das figuras fundamentais do percurso da dança no país. O evento contará ainda com mais de 22 espetáculos de artistas e companhias provenientes de países como Brasil, Tanzânia, África do Sul, Portugal, Espanha, Noruega e Angola.

O vereador Osvaldo Faquir apelou para que futuras edições do KINANI se estendam para além de Maputo, permitindo que outras províncias do país também vivenciem a experiência da dança contemporânea. “O KINANI deve continuar a dar visibilidade aos espaços alternativos e a promover a diversidade artística que caracteriza o nosso país”, sublinhou.

Segundo o diretor da plataforma, Quito Tembe, o KINANI tem crescido e consolidado o seu lugar como uma das maiores plataformas de dança do continente africano. “Este percurso é fruto da persistência, da visão e do compromisso com a arte e com os artistas. Muitos projetos nasceram a partir desta bienal, que é um espaço fértil de encontros, trocas e novas linguagens”, disse Tembe.

Entre os exemplos de sucesso inspirados pelo KINANI, destacou o coreógrafo moçambicano Ídio Chichava, cujo trabalho tem sido reconhecido com os mais prestigiados prémios internacionais. Com parte do valor dos prémios, Chichava decidiu investir na construção de um estúdio na sua comunidade, num gesto de partilha e retorno às origens.

Pela primeira vez, o KINANI apresentará sete estreias de grandes espetáculos, três dos quais de criação moçambicana. O objetivo é consolidar o evento como o principal mercado de arte contemporânea do continente africano, promovendo não apenas a empregabilidade e profissionalização dos artistas, mas também o turismo cultural e a projeção internacional de Maputo.

Mais do que um festival, o KINANI afirma-se como um gesto de resistência, de esperança e de futuro, que continua a inspirar e a unir todos os que acreditam no poder transformador da dança.

 

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