Edson Macuácua reitera que ninguém deve se auto-excluir do Diálogo Nacional Inclusivo

DESTAQUE POLÍTICA
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  • Auscultação Pública inicia com alfinetadas e apelos
  • ANAMOLA cumpriu promessa e boicotou lançamento

Foi lançado em todas as capitais provinciais, esta segunda-feira, o processo de auscultação pública, no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo, que terá lugar de 07 a 27 de Outubro em curso, nas 11 províncias do País e na diáspora. Tal como prometera em conferência de imprensa no domingo, o partido ANAMOLA decidiu boicotar as cerimónias em protesto contra a sua suposta exclusão; no entanto, Edson Macuácua, presidente da Comissão Tecnica Para o Diálogo Incluisivo ( COTE), voltou a reiterar que o Diálogo Nacional deve ser encarado por todos como um espaço de exercício livre e activo da cidadania em prol da paz e que ninguém deve se auto-excluir do processo.

Luísa Muhambe

O processo de Auscultação Pública no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo arrancou esta segunda-feira, 6 de Outubro, em todas as capitais provinciais e na diáspora, marcando o início de uma nova etapa de debate sobre os caminhos para a paz e reconciliação em Moçambique. O processo, que decorre de 7 a 27 de Outubro, pretende recolher contribuições de diversos segmentos da sociedade para a construção de uma agenda nacional de diálogo.

Contudo, o arranque foi marcado pela ausência declarada do partido ANAMOLA, que cumpriu a promessa feita no domingo de boicotar o lançamento do processo, em protesto contra o que considera ser a sua “exclusão deliberada” do diálogo. A ausência da formação política foi interpretada por alguns observadores como um gesto de desconfiança em relação à forma como o processo tem sido conduzido.

Em resposta, o presidente da Comissão Técnica para o Diálogo Nacional Inclusivo (COTE), Edson Macuácua, aproveitou o lançamento para reforçar uma mensagem de abertura e apelo à participação.

“O Diálogo Nacional deve ser encarado por todos como um espaço de exercício livre e activo da cidadania, em prol da paz, da reconciliação e do desenvolvimento. Ninguém deve se auto-excluir deste processo”, afirmou, sublinhando que o diálogo é “um bem comum que pertence a todos os moçambicanos, independentemente da cor partidária ou origem social”.

Sem se referir directamente ao boicote do ANAMOLA, Macuácua refutou a ideia de exclusão ao reafirmar que o processo é aberto a todas as vozes que quiserem contribuir e que ninguém será deixado de fora.

“Inicia hoje a auscultação pública em todas as capitais províncias e na diáspora no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo. A auscultação pública é um espaço cívico de escuta activa, onde todos os aplicantes são chamados a participar activamente. Neste processo, ninguém deve se auto-excluir, ninguém deve se marginalizar. A Comissão Técnica está aberta e disponível a acolher todas as iniciativas, propostas provenientes de todas as pessoas singulares e colectivas sem qualquer tipo de discriminação. Para segurar a inclusão no processo de diálogo, a Comissão Técnica irá se deslocar a todos os distritos do nosso País e para a diáspora,” garantiu.

Macuácua reforçou o carácter consultivo do processo, chamando todas as camadas e vozes da sociedade moçambicana em todo o território nacional e além-fronteiras para contribuir na busca da paz, unidade e na ideialização do país que se pretende construir.

“A plataforma do Diálogo Nacional Inclusivo permite que todos os partidos, organizações da sociedade civil, instituições religiosas e académicas participem e contribuam na renovação do nosso contrato social rumo à construção do Moçambique que todos nós almejamos e merecemos”, disse.

Refira-se que o partido liderado por Venáncio Mondlane justificou a sua decisão como um símbolo de protesto face ao mutismo absoluto em relação ao seu pedido de integração na Comissão Técnica (COTE) do diálogo. O partido reitera que a sua não inclusão desvaloriza uma parcela significativa da população e perpetua a desconfiança em relação às instituições democráticas moçambicanas.

Apesar da alegada exclusão e boicote, Messias Uarreno reiterou que o ANAMOLA não ficará inactivo e, por isso, o partido irá promover a sua própria auscultação pública particular para aprofundar as suas propostas de reformas.

“O partido irá promover uma auscultação pública particular para o aprofundamento da sua proposta de reformas e de visão de sonho e projecto de sociedade que o povo tanto anseia depois de 50 anos de exclusão sistemática e programada”, garantiu.

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