Um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) publicado, esta segunda-feira (01), revela que as condições actuais das morgues, nos municípios de Maputo e Matola, representam um alto risco de contaminação para profissionais de saúde, para os corpos e para às famílias, podendo gerar um efeito multiplicador de infecção.
De acordo com a CIP, a gestão das morgues da Cidade e província de Maputo, e do país no geral, já vem sendo criticada há bastante tempo, pelo facto de possuir procedimentos de tratamento e conservação de corpos precários e pela demonstrada incapacidade de suprir a demanda.
“Neste momento em que o número de mortes por Covid-19 tem estado a crescer, esperava-se que as lacunas pré-existentes já tivessem sido sanadas ou minimizadas, uma vez que ̧ para o caso específico da Covid-19 ̧ existe um protocolo a ser seguido aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar novas infecções durante o manuseamento dos cadáveres”, lê-se no estudo da CIP.
Nos Estudos realizados nas morgues do Hospital Central de Maputo, Hospital Geral de Mavalane, a morgue central sob gestão do Município de Maputo e a morgue do Hospital Provincial da Matola e do Município da Matola, o CIP verificou que registam-se problemas relacionados com a falta de cumprimento das normas definidas pela OMS.
“Na morgue central do município de Maputo, por exemplo, a máquina para desinfecção de corpos encontra-se avariada há cerca de dois meses (primeiro procedimento a ser seguido na recepção de corpos). Adicionalmente, os funcionários não têm equipamento de protecção individual (EPI), suficiente e específico para o tratamento de cadáveres infectados pelo coronavírus tal como luvas, máscaras N95 e batas impermeáveis de mangas compridas. Os funcionários dizem que chegam a usar o mesmo uniforme, batas permeáveis, máscaras N95 e luvas por mais de uma semana”.
Por outro lado, o Centro de Integridade Pública refere que desenvolvimento dos casos de infecção e morte pelo novo coronavírus, bem como o exemplo de outros países, chama atenção à necessidade de intervenção do governo para melhorar as condições das infraestruturas, a capacidade técnica e, acima de tudo, sanitária das morgues ao nível do país
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