Ataques terroristas custaram 95 milhões de dólares ao sector privado

DESTAQUE ECONOMIA

A análise preliminar do impacto dos ataques terroristas no funcionamento das empresas que operam nos distritos assolados, aponta para cerca de 410 empresas e cerca de 56 mil postos de trabalho afectados, e um impacto financeiro preliminar de cerca de 95 milhões de dólares que inclui destruições, atrasos de pagamentos e mercadorias em trânsito sem certeza da entrega.

Os dados foram partilhados pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique, que se reuniu na tarde desta terça-feira (20), em encontros separados, com a Total e o embaixador da França em Maputo, David Izzo. Nas duas reuniões, foi debatida a situação empresarial em Cabo Delgado, resultante dos ataques terroristas, cujo último ataque  aconteceu no dia 24 de Março, em Palma, tendo obrigado a Total a suspender o projecto de LNG em Afungi. Uma medida preventiva que suscitou dúvidas quanto ao futuro do megaprojecto de cerca de 23 mil milhões de dólares.

O distrito de Mocímboa da Praia figura como o mais afectado, com cerca de 40 por cento de empresas abrangidas e 23 porcento dos postos de trabalho perdidos.

Decorrente dos ataques terroristas, a CTA apresentou as preocupações do sector privado à Total e ao embaixador da França.

Dentre as várias questões discutidas, destacou-se o atraso nos pagamentos, facto que se traduz em um pesadelo para o sector privado.   A Total “informou-nos estar a trabalhar arduamente com vista a encontrar soluções para os contratos em curso, através das contratadas”, lê-se na comunicação da CTA, partilhada minutos depois do encontro.

Neste momento, a Total não tem pagamentos atrasados aos contratados. Assim, a CTA acordou com a Total o plano da criação de uma task force conjunta para mapear os pagamentos pendentes e cujas mercadorias tinham sido ordenadas pelas contratadas.

“Desta forma, informamos ao mercado que amanhã, dia 21 de Abril, iremos circular uma planilha de recolha de informações e solicitamos que todas as empresas com pagamentos pendentes possam inscrever e, a partir daí, a task force irá tratar do assunto, rapidamente”, anuncia a agremiação empresarial.

Nos encontros, foi preocupação da CTA obter da Total clareza quanto às mercadorias em trânsito e em armazém por ser entregues.

A CTA, junto do Governo e da Total, está a fazer o esforço necessário para minimizar essa questão mais rápido possível, havendo da Total garantias de que esta situação está sendo acautelada.

A Total, na qualidade de líder do consórcio empresarial que opera em Cabo Delgado, partilhou, com a CTA, a informação de que está preocupada com a questão das consequências destes ataques e com o grupo funcionamento de outras instituições, como é o caso da EDM, TDM, bancos e outras entidades, como forma de assegurar a prossecução do projecto.

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