Suspeitas de fraude no MDM: Depois das listas adulteradas, José Domingos impedido de entrar no Congresso

DESTAQUE POLÍTICA

Está a ser a cesariana a sucessão de Daviz Simango na liderança do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Depois da interrupção da ordem normal do trabalho, esta sexta-feira (03) para dar lugar à regularização das listas por suspeitas de viciação, depois de se constatar a presença de delegados infiltrados para favorecer um dos concorrentes, hoje (04) por ordens supostamente do candidato Lutero Simango, o actual secretário-geral do MDM, José Manuel Domingos foi impedido durante alguns minutos de ter acesso à sala onde está a decorrer aquele congresso electivo.

Reginaldo Tchambule e Jossias Sixpense

Naquele que é o maior teste de coesão e democracia interna, o MDM parece estar a dar tiros no próprio pé, com suspeitas fraude, devido a presença de delegados que não conferem com as listas enviadas pelas delegações provinciais, o que obrigou a Comissão Política, nesta sexta-feira, a decidir pela interrupção dos trabalhos do Congresso para permitir que as irregularidades nas listas fossem sanadas.

A actividade de actualização acabou durante todo o dia e até as 10 horas deste Sábado a ordem normal dos trabalhos não havia sido retomada.

Tudo começou logo pela manhã desta sexta-feira, primeiro dia dos trabalhos, quando a delegação de Gaza denunciou que tinha sido abandonada ao relento e impedida de participar no Congresso.

Feitas as diligências, descobriu-se que, afinal, já estava posicionada dentro da sala do Congresso uma outra delegação da mesma província, composta maioritariamente por membros estranhos à organização a nível daquele ponto do país e outros que já estão desvinculados do partido do galo há muitos anos.

A mesma situação registou-se em relação às delegações de Tete e Inhambane, o que levou a Comissão Política do partido a ordenar a interrupção da sessão para dar início à triagem das listas, de forma a confirmar as denúncias.

Como tal, foram descobertos vários delegados impostores, grande parte dos quais suspeita-se que sejam leais ao candidato Lutero Simango, irmão do falecido e histórico líder do movimento, que agora luta pela sua sucessão.

O episódio é tão caricato que os referidos congressistas impostores fizeram-se ao magno encontro supostamente sem o conhecimento dos delegados e chefes de mobilização das províncias em alusão.

Feita a triagem, a Comissão Política orientou a retirada de todos congressistas infiltrados e a regularização da situação de todos os delegados, um processo que se prolongou o dia todo.

Posteriormente foram publicadas as novas listas que depois deviam ser confirmadas pelos delegados das provínciais, razão pela qual que até por volta das 10:15 minutos deste Sábado, quando a nossa equipa de reportagem se fez presente ao local que acolhem o evento, as actividades ainda estavam interrompidas.

Secretário-geral impedido de entrar no interior do local que decorre o congresso

 

Quando tudo parecia ter sido ultrapassado e as condições finalmente criadas para o arranque do Congresso, discussão de documentos importantes e consequente eleição do sucessor de Daviz Simango eis que, na manhã deste sábado, por sinal segundo dia de actividades, o actual secretário-geral e candidato, José Domingos, é barrado à entrada por seguranças, alegando ordens superiores, curiosamente num partido por si dirigido interinamente.

Esta situação criou uma autentica agitação, que obrigou a intervenção da Polícia da República de Moçambique (PRM) e do padre local, para que um dos três candidatos e actual líder máximo do partido tivesse acesso ao interior da sala do Congresso.

Curiosamente, o mesmo não aconteceu com os candidatos Lutero Simango e Silvério Ronguane, que inclusive já estavam dentro da sala.

Neste momento decorrem os trabalhos normais do Congresso e o Evidências está de plantão para actualizar os incidentes daquele que é o maior órgão deliberativo daquele partido.

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