Governo e FMI vão discutir primeira linha de credito desde a eclosão do escândalo das dívidas ocultas

DESTAQUE ECONOMIA POLÍTICA

Depois da eclosão do escândalo das dívidas ocultas, Moçambique ficou na lista negra do Fundo Monetário Internacional. Entretanto, nesta terça – feira, 21 de Dezembro, o Fundo Monetário Internacional avançou que, em Janeiro do próximo ano, vai iniciar discussões sobre uma linha de crédito alargada para Moçambique.

Em 2016, segundo a ex-directora geral daquela instituição que busca estimular a cooperação monetária global, Christine Lagarde, O Fundo Monetário Internacional deixou de financiar a perola do indico devido a sinais claros de corrupção escondida por parte das autoridades do país.

“Quando vemos um país sob um programa do FMI, em que há dinheiro da comunidade internacional envolvido, que não cumpre o seu compromisso de divulgação financeira, que está a esconder claramente a corrupção, nós suspendemos o programa. Fizemos isso muito recentemente com Moçambique”, afirmou Lagarde em Maio de 2016.

Desde aquele ano em que foi despoletado o escândalo das dívidas ocultas, Moçambique viu os doadores a cortarem ajuda o que, de certa forma, desencadeou um colapso da moeda e a crise da dívida pública.

Entre 2016 e 2021 o Fundo Monetário Internacional apenas ajudou o Executivo com fundos para ajudar as comunidades que foram assoladas pelos ciclones Idai e Kenneth. A linha de crédito anunciada nesta terça – feira, 21 de Dezembro, será o primeiro programa oficial depois do escândalo das dívidas ocultas.

“As discussões sobre o apoio ao programa do Governo através de um Programa de Financiamento Ampliado vão começar em breve; um programa apoiado pelo Fundo pode ajudar a aliviar as pressões financeiras num contexto de recuperação económica, apoiar a agenda das autoridades na redução da pobreza e na restauração de um crescimento equitativo e sustentável”, lê-se no comunicado tornado público pelo FMI.

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional avançou que “o programa visa “ajudar a aliviar as pressões de financiamento à medida que Moçambique se recupera da pandemia, apoiar a redução da pobreza e o crescimento equitativo, bem como catalisar financiamento adicional para o desenvolvimento”.

Ainda no comunicado em que tornou público a retoma das negociações discussões sobre uma linha de crédito alargada para Moçambique, a instituição que busca estimular a cooperação monetária global, promover altos níveis de emprego e crescimento econômico sustentável bem como reduzir a pobreza em todo o mundo observa que o crescimento da economia moçambicana está refém do início da produção de gás natural liquefeito (GNL), prevendo um crescimento de 4%.

Refira-se que, ainda de acordo com o Fundo Monetário Internacional, depois da contração econômica registada no ano passado, no presente ano a economia moçambicana vai registar um crescimento na ordem de 2,2%, sendo que a infração ficará abaixo dos 10% depois de ter aumentado 6,8% em Novembro em comparação com igual período de 2020.

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