Recentemente, a Repórteres Sem Fronteiras tornou público o 20º Índice Global de Liberdade de Imprensa. Naquele relatório que avaliou o estado do jornalismo em 180 países, Moçambique caiu oito posições, tendo saído da 108 para 116, em 2021 e 2022, respectivamente. Na África Austral, Moçambique supera apenas o Zimbabwe e ocupa a última posição ao nível da CPLP.
Se por um lado, a Repórteres Sem Fronteiras observa que o medo e a cultura do sigilo ainda constituem obstáculos à disseminação da informação. Por outro, aborda os constantes ataques verbais discursos hostis a jornalistas que se intensificaram com o início da insurgência armada em Cabo Delgado, tendo dado exemplo dos jornalistas que foram presos no Teatro Operacional Norte.
“Acessar o norte do país, local de uma insurreição islâmica desde 2017, agora é praticamente impossível sem correr o risco de ser preso. Dois jornalistas que tentaram foram detidos por quatro meses em 2019 e outro está desaparecido desde abril de 2020. O apagão de informações também afeta a mídia internacional, que está encontrando cada vez mais dificuldade em obter permissão para cobrir esta história. Um jornalista britânico que estava há anos em Moçambique e que fundou um importante site de notícias foi expulso por motivos espúrios e proibido de regressar por dez anos”, refere o relatório.
No Índice Global de Liberdade de Imprensa publicado em Maio corrente, Moçambique ocupa a 116ª posição. Ao nível da Africa Austral, Moçambique encontra-se na penúltima posição, ou seja, supera apenas o Zimbabwe que ocupa a 137ª posição.
As Ilhas Seychelles (13), Namíbia (18) e Africa do Sul (35) são os países da Africa Austral melhores classificados no Índice Global de Liberdade de Imprensa.
No que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa diz respeito, Moçambique é o pior país quando se fala da Liberdade de Imprensa. Por sua vez, Portugal (07), Timor Leste (17) e Cabo Verde (36) são os países falantes da língua portuguesa melhores classificados.
No cômputo geral, os países nórdicos voltaram, mais uma vez, a se destacar pela positiva. A Noruega consolidou a primeira posição, enquanto Dinamarca e Suécia seguem na segunda e terceira posições, respectivamente.
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