Observatório das mulheres promete marchar até que a justiça seja feita

DESTAQUE SOCIEDADE

O Observatório das Mulheres, um mecanismo que junta diferentes organizações da Sociedade Civil que advogam em prol dos direitos humanos das mulheres, apoiando-se das celebrações do mês da mulher que inicia nesta terça – feira, 08 de Março, dia internacional da mulher, cujo término está agendado para o dia 07 de Abril, dia das mulheres moçambicanas, reflectiu sobre as acções levadas ao cabo para defender e promover direitos humanos das mulheres, tendo reiterado que aquela organização da sociedade civil vai continuar a marchar  pelo fim da impunidade

Quitéria Guiringane, secretária executiva do Observatório das Mulheres, lembrou, no lancamento do Mes da Mulher, que passam-se 1047 dias desde que o INGD e a ONU prometeram pela primeira vez investigar as denúncias de abusos sexuais em troca de comida na assistência humanitária, ainda no IDAI,  802 dias desde que a Sabina foi violada e assassinada em Cuamba, 768 dias desde que uma pessoa acusada de violação sexual de menor tomou posse como deputado.

“Estes são alguns exemplos, mas passam-se também 588 dias desde a primeira denúncia de instrutores que engravidaram instruendas em Matalana, 307 dias desde que uma comerciante informal morreu na Guerra Popular a fugir da Polícia Municipal, 266 dias desde a denúncia de exploração sexual de reclusas em Ndlavela, 224 dias desde que uma mulher foi regada de gasolina pelo parceiro em Nampula”,frisou.

Indo mais longe, Guiringane acrescentou que já la se foram 147 dias desde que Observatório das Mulheres solicitou uma audiência ao Ministro da Saúde, Armindo Tiago, para denunciar violência obstétrica, 120 dias desde o assassinato bárbaro de Lara Muaves em Maputo e 36 dias desde que participaram criminalmente contra a Polícia por prisão ilegal de manifestantes contra a violência.

Nos últimos anos muitas foram as mulheres que foram violentadas em Moçambique. Quitéria Guiringane observa que o indicador comum em todos estes casos é a impunidade.

“Somos violadas e recebidas pela força canina e gás lacrimogêneo ao manifestarmos contra a injusta na distribuição do subsídio de resposta a Covid-19, somos violadas quando acatanadas em Manica porque a união prematura decidiu que não podemos estudar, somos violadas nas matas durante o processo de fuga para espaços seguros e nos centros de deslocados quando a insegurança continua, somos violadas quando nos expropriam hectares de terra em nome do desenvolvimento gozadas ao esquecimento no debate sobre a Política Nacional de Terras”, denunciou Guiringane para depois lamentar pelo facto de nao saber a quem pedir socorro por todas mulheres mortas transformadas em meras estatísticas e reduzidas à cinzas pela negligência, instando o Ministério Público e os Tribunais para acelerarem a marcha pelo fim da impunidade.  (Neila Sitoe)

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