Os terroristas, que nas últimas semanas tem alastrado as suas incursões para o Centro e Sul de Cabo Delgado, atacando sítios que até aqui haviam sido poupados, atacaram, há dias, povoados situados perto da mina de rubis da produtora de gemas preciosas Gemfields, que opera em Moçambique com licença em nome da Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM), com ligação a alguma elite política nacional.
O ataque ocorreu no passado dia 13 de Julho, mas somente esta quarta-feira é que Montepuez Ruby Mining Limitada relatou o ocorrido, garantindo que as operações não foram interrompidas, mas a vigilância foi reforçada.
Esta é a primeira vez que os terroristas atacam dentro de um raio de 30 quilómetros da empresa localizada em Namanhumbir, no distrito de Montepuez, numa altura em que os terroristas estão a avançar para o Sul e Centro, atacando locais que antes estavam invictos.
“O ataque teria ocorrido na área da vila de Muaja, que fica a cerca de 30 quilómetros por estrada da MRM. Um grande número de pessoas está se mudando para Nanhupo e Namanhumbir, onde as operações de mineração estão localizadas”, disse a Gemfields em comunicado, acrescentando que foi o ataque mais próximo da mina.
A violência afectou recentemente outras empresas de mineração na região. Em Junho, a australiana Triton Minerals, relatou um ataque ao local do projecto de grafite de Ancuabe, enquanto a Syrah Resources suspendeu brevemente a logística e o movimento de pessoal após ataques perto de sua principal rota de transporte.
A Gemfields, que detém 75% da Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM), produziu 83.990 quilates de rubis premium em 2021 e gerou US$ 827 milhões em vendas desde 2014.
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