Quase um mês depois de ter despoletado um suposto envolvimento de um deputado da Assembleia da República no tráfico de drogas, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), veio a terreiro esta terça-feira refutar a existência de uma investigação sobre o caso.
“O SERNIC não tem nenhum processo relacionado com um crime perpetrado por um deputado da Assembleia da República. Não temos nenhum processo-crime que está a ser investigado na nossa direcção”, referiu Leonardo Simbine, porta-voz do SERNIC, dando o dito pelo não dito.
As declarações do SERNIC surgem dois dias antes de iniciar a investigação da Comissão Palmentar de Inquérito (CPI), constituída pela Assembleia da República para investigar o caso, o que é interpretado nalguns corredores como resultado de alguma pressão política que o SERNIC vem recebendo.
Igualmente, acredita-se que já se está a preparar os moçambicanos para um resultado vazio das investigações, que agora assumem condão político, pelo facto do suspeito ser supostamente membro sénior da bancada parlamentar da Frelimo, partido no poder.
Segundo apuramos, a referida investigação poderá não produzir nenhum resultado palpável e, em última instância, deverá culminar com medidas punitivas ou uma censura pública contra o deputado Venâncio Mondlane, que despoletou o caso e já vem sendo alvo de perseguição, por ser visto como um dos mais actuantes, embaraçando com frequência o governo na casa do povo, e pelo facto de ser um provável forte candidato à presidência do município de Maputo, um ponto nevrálgico onde a Frelimo corre risco de perder devido a má governação de Eneas Comiche, que até agora não cumpriu quase nada do que prometeu na campanha eleitoral.
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