Futuro da LAM será conhecido em Março

DESTAQUE POLÍTICA

 De acordo com o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, a companhia aérea Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) terá o seu futuro definido em  Março próximo. O destino da LAM é discutido no âmbito da reestruturação que o Governo tem vindo a desenvolver com vista a reerguer e ressuscitar a empresa, que a muito “vem caindo aos pedaços”, e em falência técnica. Esta informação foi avançada na semana finda aquando da visita do ministro às instalações da LAM. 

Já deixou de ser novidade que as LAM já vêm apresentando problemas gritantes e preocupantes de tal maneira que vezes sem conta têm colocado a vida e segurança dos passageiros em jogo.

Enquanto se espera pelo mês de Março, Mateus Magala tem se ocupado com a apreciação do relatório que descreve os problemas que a companhia vem enfrentado.

“O relatório foi-me entregue em Dezembro e, neste momento, está em processo de revisão, reavaliação e validação. Penso que até Março estaremos em condições de tomar uma decisão sobre o futuro da LAM”, referiu o ministro.

Embora haja promessas em torno do destino a dar à companhia aérea,  não se sabe nada a respeito de que tipo de intervenção será feita no concreto, abrindo assim o espaço para uma serie de possibilidades. Entretanto, Magala exclareceu que o caminho a ser seguido será determinado dentro de um ambiente económico, político e social desejável.

“Não posso dizer que vamos privatizar ou socializar. O que posso garantir é que estamos a engajar pessoas do topo, não só na região como no mundo em matéria de aviação e de reformas e desse engajamento esperamos uma solução sustentável a LAM”, acrescentou Magala.

Embora a reforma esteja se avizinhando, o ministro aconselhou a administração da LAM a introduzir acções viáveis de curto prazo com  vista a dinamizar as vendas de passagens aéreas, e chegou a sugerir uma redução das tarifas aplicadas. “Façam um estudo rápido para determinar quantas pessoas gostariam de viajar de avião se o preço fosse 10%, 20% ou mais, abaixo. Em mais ou menos um mês conseguem fazer isso”, dizia Magala dirigindo-se aos administradores da companhia.

Por sua vez, o director-geral da LAM, João Pó Jorge, avançou que a LAM está a avaliar todos os cenários para que haja redução de custos e à oferta de tarifas mais baixas; citando como  exemplo a automatização de serviços e operações. Os gestores da LAM cogitam introduzir aviões de grande porte com maior capacidade mas esta ação depende grandemente da expansão dos aeroportos e das respectivas pistas.

No último relatório de contas da LAM de 2021, foi mais uma vez trucidado pelas críticas da Ernst & Young, empresa de auditoria que afirma que, se a LAM continuar no rumo em que encontra actualmente poderá fechar as portas num futuro breve.

Mas, Pó Jorge disse durante a visita do ministro Magala que as constantes avarias registadas das aeronaves, não comprometem a segurança dos voos e muito menos dos passageiros, havendo necessidade de separar estes dois aspectos.

A auditora Ernst & Young fundamentou o seu posicionamento afirmando que a empresa corre o risco de deixar de operar por “apresentar capitais próprios negativos, um passivo corrente superior ao activo corrente. Estas circunstâncias indiciam a existência de uma incerteza material que pode colocar em causa a capacidade da Empresa em continuar o seu curso normal de negócios. Neste contexto, a continuidade da entidade está dependente do apoio a prestar pelos accionistas e ou da realização de futuras operações lucrativas”.

Como tal, a Ernst & Young diz em seus relatórios que toda e qualquer mudança a ser adoptada neste momento tem que ser para reverter o cenário caótico em que a gestão e finanças da empresa estão submersas.

Nas suas demonstrações financeiras mostra que a LAM em 2021, tenha capitais próprios avaliados em cerca de 18 biliões de Meticais negativos, sendo que em 2020 registou igualmente 17 biliões de Meticais negativos. No mesmo  período, a companhia registou um activo total de 4 biliões de Meticais, contra 3.9 biliões de Meticais do ano económico anterior. Os passivos ascenderam os 22 biliões de Meticais, contra 21 biliões de Meticais contabilizados em 2019, e os resultados operacionais (traduzidos em lucros) situaram-se em cerca de 1.2 bilião de Meticais negativos.

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