Angolano delator teme a morte caso seja extraditado para Angola

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O angolano de nome Eugénio Quintas, e mais conhecido por “Man Genas” pede protecção para si e sua família (esposa e dois filhos menores) em Maputo, após terem fugido de Luanda, capital de Angola por ameaças de morte feitas por narcotraficantes angolanos. Em causa está uma denúncia feita há dias através de um programa denominado “Kassumuna” e veiculado pelo Youtube, onde Man Genas terá revelado o funcionamento do narcotráfico em Angola, bem como a ligação do sistema funciona com Moçambique.

Em conexão com as denúncias por si feitas um cidadão angolano foi detido recentemente quando transportava 7,5 quilogramas de cocaína. Fala ainda da passagem de um navio angolano pelo território moçambicano que estaria trazendo drogas para a sua filial em Moçambique, ou seja, ao tornar estas informações públicas “Man Genas” terá assinado a sua própria sentença de morte e condenado a sua família.

Segundo conta, devido as perseguições que já vinha sofrendo em Angola após as graves denúncias feitas por si ligando altos dirigentes angolanos ao narcotráfico, Man Genas fugiu para Moçambique em busca de asilo e protecção, mesmo sem ostentar qualquer documentação que comprove a sua identidade.

Já em Maputo, reportou que a rede de narcotráfico transfronteiriça tentou sequestra-lo à entrada do restaurante Istambul, no recinto do Maputo Shopping Center, mas teria sido salvo pela Polícia da República de Moçambique (PRM) que estava nas proximidades tendo de seguida o levado à 1ª esquadra onde permanece até hoje.

O grito de socorro do angolano vem quando as “boas relações entre os poderes políticos e policiais de Angola e Moçambique” colocaram o seu nome na dianteira de um processo de grande interesse entre os dois países, e agora Moçambique pretende deportá-lo para Angola mesmo sabendo que este corre risco de vida ao retornar ao seu país.

Ontem (28.02), Eugénio Quintas implorou às autoridades moçambicanas para que não fosse extraditado, pois ele e sua família já escaparam a sucessivas tentativas de morte em Angola, inclusive ela chegou a ser estuprada por membros do sindicato do narcotráfico angolano.

Man Genas disse igualmente que já não se sente seguro na esquadra em que se encontra uma vez que o ambiente que outrora era cordial, rapidamente deteriorou-se depois que diplomatas angolanos estiveram na esquadra na 1ª esquadra facto que teria propiciado a decisão que ele e sua família deveriam seguir para o Serviço Nacional de Migração (SENAMI), onde serão deportados por estes não possuírem documentos legais para permanecer no País.

Caso Man Genas e sua família sejam deportados de volta a Angola, Moçambique estará a violar gravemente os preceitos legais internacionais onde é signatário, bem como os interesses que o país recentemente passou a defender junto das Nações Unidas, pelo que, se a extradição avançar acredita-se que os mesmos não poderão sobreviver a fúria dos traficantes.

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