Mulheres do MDM impedidas de celebrar o dia da mulher moçambicana na Beira

POLÍTICA

A Frelimo, através da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), politizou, mais uma vez, as celebrações do dia da Mulher Moçambicana na Cidade da Beira, província de Sofala.  Nas cerimónias centrais do presente ano ao nível da segunda maior cidade do País, as mulheres da Liga da Mulher do Movimento Democrático de Moçambique foram cercadas pelos cães da Polícia da República de Moçambique e pela Força Canina para não se misturarem com as outras que exibiam cartazes e dísticos do partido no poder. Em protesto com o que aconteceu no dia 07 de Abril, o MDM exigiu ao governador de Sofala respeito aos militantes dos partidos da oposição.

Jossias Sixpence- Beira

A celebração do dia 07 de Abril simboliza o esforço e papel da mulher moçambicana na luta de libertação nacional em homenagem a Josina Machel, uma das fundadoras do Destacamento Feminino.

Na Beira, a efeméride não foi sinónimo de festa para a Liga da Mulher do Movimento Democrático de Moçambique, uma vez que a mesma foi cercada pela Polícia da República de Moçambique e pela Força Canina com propósito de excluí-las da cerimónia que foi, mais uma vez, politizada pela OMM.

A Liga da Mulher do MDM manifestou o seu desagrado perante aquela situação, tendo na ocasião exortado ao governador de Sofala, Lourenço Bulha, respeito para com as mulheres que não são militantes do partido no poder.

“Apelamos ao Governo provincial, na pessoa do governador, apesar de sermos da oposição, na cidade da Beira exigimos respeito porque nós somos governantes desta cidade e queremos que eles guardem o mesmo respeito que nos guardamos a eles” disse Flora Impula, militante do MDM, para posteriormente referir que em algum momento temeram o pior devido a presença de cães no local escolhido para as celebrações do dia da Mulher Moçambicana.

“Não faz sentido esperar a retirada de cães para festejar o dia da Mulher Moçambicana. Nós não somos manadas de animais, somos pessoas e exigimos respeito e não sabemos se aqueles cães são tratados ou não, corríamos o risco de morrermos por causa do cheiro dos cães. Exigimos que o governador escute o clamor das mulheres, não queremos cães no seio das mulheres”.

Por sua vez, o governador da província de Sofala, Lourenço Ferreira Bulha, discursando à margem das celebrações do dia da Mulher Moçambicana, ignorou as reivindicações do MDM e exortou as mulheres para não assumirem a questão da igualdade do género como uma guerra contra os homens.

“Apelamos que a luta pela igualdade do género não seja interpretada como uma luta das mulheres contra os homens ou como uma tentativa das mulheres assumirem o papel dos homens. Reconhecemos os desafios que a mulher e a rapariga enfrentam, nomeadamente, uniões prematuras, violência doméstica, abuso sexual, violência física e psicológica, assédio sexual, a violação sexual, assassinatos e outros males que resultam em desistência escolar da rapariga”, disse Bulha.

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