A inovação do Banco Central, ou seja, a implementação do novo sistema SIMOrede a nível do sistema financeiro moçambicano, pariu decepção no seio dos moçambicanos. Desde a sua introdução, os utentes têm enfrentado nos pagamentos e transações. As constantes falhas do sistema preocupam sobremaneira a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA), apontando que a economia perde diariamente cerca de 3.340 milhões de meticais devido a este fenômeno.
Em Novembro de 2023, todos os bancos comerciais e instituições de moeda electrónica foram totalmente integrados na rede única nacional e a funcionar exclusivamente na nova plataforma da SIMORede, fornecida pela empresa norte – americana Euronet.
Enganou-se quem pensava que esta inovação vinha para facilitar a vida dos utentes, uma vez que desde que entrou em vigor tem sido uma pedra no sapato dos moçambicanos e, sobretudo, para os bancos que dia pós dia recebem reclamações dos clientes.
De Novembro a esta parte, a plataforma tem sido caracterizada por constantes falhas de sistema em ATMs e POSs o que, de certa, é prova inequívoca de que o anterior sistema era mais seguro em relação ao actual.
Naquela que foi a sua primeira reação sobre o drama que se vive actualmente nas operações interbancárias, a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique adverte que a mudança do sistema deve ser feita de forma cuidadosa com testes abrangentes para garantir que todos os sistemas estejam funcionando correctamente antes da implementação em larga escala, referindo que a actual situação compromete a faturação diária.
“É constrangedor para o agente económico ou cidadão ter recursos financeiros, e não puder usufruir nem no momento, nem depois e nem dia seguinte, associado a situações de retenção dos valores monetários. De modo particular, as empresas do tecido comercial que lidam com o público, portanto usando POS, são as que mais sofrem, tendo a sua facturação diária comprometida. Estima-se que cerca de 16.7 milhões de contas que enfrentam esses problemas, por exemplo, se por dia cada pessoa pretende usar um mínimo de 200 Maticais para comprar algo, a economia perde cerca de 3.340 milhões de meticais, sobretudo neste período do final do mês”, declarou Paulo Oliveira, Presidente do Pelouro das TIC´s e Serviços Financeiros da CTA.
No entender de Oliveira, a ctual situação quebra entre os clientes e os provedores de serviços, tendo estranhado o silêncio do Órgão Regulador e outras entidades relevantes do Sistema Financeiro nacional face esta situação que mina os esforços de inclusão financeira,
O sector privado observa, por outro lado, que as constantes falhas do sistema da nova plataforma contrariam o esforço efectuado para modernização e expansão do sistema financeiro e a sua interligação com outras reformas, daí que exorta do Banco Central e a SIMO para identificarem a raiz do problema.
“A CTA entende ser crucial que o Banco de Moçambique e a própria SIMO abordem esses problemas com urgência, identificando as causas raiz dos problemas e implementando soluções eficazes o mais rápido possível. Além disso, uma comunicação transparente com o público sobre os desafios enfrentados em meio de muita especulação e as medidas sendo tomadas para resolvê-los, é essencial para manter a confiança no sistema financeiro” referiu o Presidente do Pelouro das TIC´s e Serviços Financeiros da CTApara posteriormente recomendar o regresso ao antigo sistema.
“Como forma de mitigar danos maiores seria recomendável a gestão temporária do sistema nos moldes anteriores enquanto prepara-se o processo de transição para unificação da Rede de forma eficaz e eficiente. Por outro lado, a Rede Simo deve esclarecer ao público o processo de reversão/estorno dos valores subtraídos dos utentes para garantir maior transparência do destino dos fundos e para credibilidade do todo sistema financeiro”
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