Salomão Muchanga convoca Marcha Nacional da Liberdade para o dia 24 de Junho

POLÍTICA
  • “Operação Restaurar a Esperança” para celebrar os 48 anos da independência
  • “Desde a morte de Samora Machel o povo deixou de ser prioridade”
  • Nova Democracia vai contestar a farsa agrícola denominada “Sustenta”

Moçambique celebra, no próximo dia 25 de Junho, 48 anos da proclamação da independência nacional. Para comemorar a efeméride, a Nova Democracia (ND) lançou, no sábado (06), uma campanha denominada “Operação Restaurar a Esperança”, que, de acordo com Salomão Muchanga, serão 48 dias de activismo político pela liberdade que vão culminar com uma manifestação denominada Marcha da Liberdade em todo País, no dia 24 de Junho do ano em curso, “para evocar o sacrifício e a honra dos valores libertários da pátria”.

Duarte Sitoe

No dia 25 de Junho do corrente ano, Moçambique vai celebrar 48 anos da proclamação da independência nacional. Contudo, segundo Salomão Muchanga, os moçambicanos ainda não alcançaram a verdadeira independência porque “foram traídos por cabritos amarrados às empresas do Estado”.

Por isso, através do seu partido, com bastante aceitação entre os jovens, Muchanga pretende “paralisar” literalmente o País, com uma marcha nacional, no próximo dia 24 de Junho, um dia antes da celebração dos 48 anos da independência, por forma a que os moçambicanos reflitam sobre os ganhos da independência e Restaurar a Esperança.

A data da marcha, será precedida por 48 dias do que Muchanga chama de activismo político pela liberdade, onde serão renovados ideias de serviço público e sentido do dever, com debates, palestras, visitas a locais históricos, audiências com personalidades políticas, emissão de posições e artigos de opinião, para além de um Fórum Anual da Liberdade.

Olhando para o actual contexto social e político, o líder da Nova Democracia, Salomão Muchanga, aponta que, desde a morte de Samora Machel, o povo deixou de ser prioridade, uma vez que os ideais fundadores da República foram abandonados e os governantes activaram o individualismo e a corrupção.

“Há décadas, que o Povo espera pela independência real, as novas gerações sabem o que é estudar ao relento, e de estômago vazio, entoar vivas ao regime, com os olhos cheios de esperança para ver e viver o Moçambique proclamado em 1975. O Moçambique onde há algo para todos e não tudo para alguns. Estas gerações foram traídas, pois, a independência, não era para o Povo, mas sim, para eles, para os cabritos amarrados às empresas do Estado que comem de forma sistemática e faliram as indústrias, esvaziaram os cofres do Estado, criaram bancos e empresas privadas onde produzem fome, miséria e exportam imagem de três refeições para o ocidente”, disse Muchanga.

Muchanga compara a governação actual com Sodoma e Gomorra

O líder da Nova Democracia compara a governação actual da Frelimo com Sodoma e Gomorra, referindo que o Governo, para além de não ter agenda para conquistar a independência económica, aposta em semear o medo, a censura, a exterminação do adversário político, acorrentar as liberdades e eliminar a marcha.

Visando contornar a postura adoptado pelo Executivo desde que Filipe Nyusi assumiu o poder, Salomão Muchanga tornou público que, no dia 24 de Julho do corrente ano, será organizada uma marcha pela liberdade, enquanto fim prioritário da Democracia.

“Marcharemos pelas liberdades como obrigação de cidadania, que não nos permite ver, nossas liberdades caçadas, e Marcharemos pelas garantias de liberdades aos nossos descendentes. Marcharemos contra as guerras criadas e alimentadas por elites no governo e no poder que administram o terrorismo no norte em terras Macuas e Muanís, com visível intenção de expropriar e espoliar de seus donos, para vendê-las a capitais estrangeiros. Este regime é incompatível com o povo”

“Marcharemos contra a exploração elitizada dos recursos naturais, da distribuição de doações e créditos da banca estrangeira e nacional entre milícias do sistema em nome do povo. Marcharemos pelos direitos das mulheres, homens, crianças, jovens e adultos que caçados pelo governo do dia e de forma criminosa, impede que se manifestem, que tenham direito a habitação, alimentação condigna, trabalho ou emprego ou iniciem um negócio para o auto sustento”

ND pretende denunciar a cumplicidade da comunidade internacional

Na marcha, se por um lado, a Nova Democracia vai contestar a farsa agrícola denominada “Sustenta” que não sustenta a ninguém e exigir a responsabilização criminal dos seus actores. Por outro, vai denunciar a cumplicidade da comunidade internacional no assassinato da liberdade em Moçambique.

“Marcharemos pelas crianças que estudam debaixo das árvores, sentadas no chão e a ministra sentada na cadeira, enquanto os livros escolares confundem o oceano indico com o mar mediterrâneo. Marcharemos pelo patrão transportado em Mayloves e o empregado em viaturas de alta cilindrada. Marcharemos pelo respeito escrupuloso, na letra e no espírito da Constituição da República. Marcharemos por eleições limpas, livres e justas. Pois o Recenseamento eleitoral em curso já denuncia a tentativa vá de uma fraude tóxica. Marcharemos em denúncia do silêncio cúmplice da comunidade internacional perante tamanho assassinato da liberdade em Moçambique.

Nas entrelinhas, Salomão Muchanga anunciou que a Operação Restaurar a Esperança terá a duração de 48 dias e terá como momento mais alto a realização da marcha da Liberdade no dia 24 de Julho em todo território nacional.

“Lançamos hoje a campanha de celebração dos 48 anos da independência Nacional, e serão 48 dias de activismo político pela liberdade, 48 dias de ideias de serviço público e sentido do dever, com debates, palestras, visitas a locais históricos, emissão de posições e artigos de opinião, audiências com personalidades políticas (…),Realizaremos o primeiro Fórum da Liberdade que culminará com a Marcha da Liberdade no dia 24 de Junho na capital do país, evocando o sacrifício e a honra dos valores libertários da pátria”, referiu.

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