Alexandre Chiure
Quando surgiram as redes sociais, nomeadamente o Facebook, o Twiter, o WhatsApp e outras fui um dos primeiros a bater palmas porque são plataformas que vêm facilitar a nossa vida em termos de troca de informações, em tempo útil, entre grupos de amigos, familiares e colegas de serviço.
Com estas tecnologias de comunicação e informação ficou cada vez mais simples partilhar imagens, documentos importantes, matérias escolares. Facilita a interação entre os professores e os alunos. Podemos encontrar música e verdadeiras amizades que vale a pena ter. É um espaço privilegiado para anunciarmos o nascimento de bebés no seio familiar.
Infelizmente, há os que ignoram tudo isto e exploram as redes sociais para outros fins. Alguns encontram nelas um espaço para expor-se publicamente, às vezes em demasia. Dizem, a cada momento, onde estão, o que fazem e o que comem. Quando viajam, também anunciam ou seja dão todos os detalhes sobre a sua vida.
Eles animam-se com os “gosto” ou “adoro” e vão entrando em pormenor sobre o seu quotidiano e, sem aperceberem-se, oferecem ferramentas suficientes aos criminosos para fazerem das suas. O ladrão quer ter a certeza de que não estamos em casa para assaltar e roubar os nossos bens que nos custaram muito esforço e sacrifício.
Os violadores precisam de saber que o chefe de família ou os mais velhos viajaram para atacar as filhas que ficaram em casa. Às vezes não é preciso que tenham indo assim tão longe. Basta uma ausência de algumas horas para tudo acontecer a contento dos criminosos.
Outros olham para as redes sociais como uma fonte para ganhar dinheiro de uma forma desonesta. Criam contas falsas e sem nenhuma actividade. Postam fotografias de raparigas lindas irresistíveis e fazem-se passar por elas para extorquir aos homens. Pedem tudo e nada, desde crédito, alegadamente para se comunicarem com a mãe, avó ou outro membro da sua família para lhe transmitir um recado urgente.
Algumas das falsas mulheres pedem dinheiro para diferentes aplicações: ou para preparar o pequeno-almoço, almoço ou jantar. Os pedidos são feitos com descaramento e a seguir a um “oi, como estás”. Os seus perfis não têm nenhuma informação que os identifiquem. Atacam a qualquer um que esteja em linha, sobretudo no Facebook.
Normalmente, as mulheres não dão o seu número de telefone a estranhos de mãos beijadas, mas as falsas mulheres dão ao primeiro pedido, mas com a recomendação de que não é para ligar, mas para usá-lo noutra plataforma de comunicação: WhatsApp.
Sabem que deram uma falsa identidade e não são nada daquilo que aos olhos do público são: raparigas lindas e com todos os condimentos que os homens apreciam. Disponíveis para viajar a qualquer momento ao encontro das suas vítimas.
Mas também há mulheres que são mulheres que exploram igualmente este lado das redes sociais. Como forma de atrair os homens e ganhar a vida facilmente, exibem até partes íntimas do seu corpo. Os pedidos destas são idênticos aos das falsas mulheres: crédito e dinheiro.
Outro grupo de utilizadores é constituído por burladores. Sob capa de amizade, propõem negócios perigosos que dão direito a uma prisão imediata e posterior condenação. Sugerem colaboração para o resgate de valores cativos algures no mundo, cujos donos perderam a vida, para posterior divisão a dois.
Alguns fazem-se passar por empresários radicados em certas províncias. Mandam reservar casas para a hospedagem. Simulam transferências ou depositam cheques sem cobertura, cujo valor fica no saldo contabilístico só para enganar às suas vítimas e logo a seguir pedem que lhes sejam enviados dinheiro para fazerem face a imprevistos da viagem e depois desaparecem.
Pessoas há ainda que usam estas plataformas de comunicação para invadir a privacidade dos outros, em particular das figuras públicas, com intenções claras de lhes ofender ou denegrir a sua imagem. Caçam deslizes, lapsos ou gafes, seus troféus de guerra, e usam-nos para mostrar a sua pequenez. Divertem-se com isso como se fosse algo de utilidade pública.
Em jeito de conclusão, dizer que as redes sociais não estão a ser usadas para aquilo que foram concebidas que é facilitar a comunicação entre as pessoas ou comunidades, famílias ou grupos profissionais. No seu uso, alguns utentes atravessaram as fronteiras do admissível e inventaram a sua forma de ser e estar nestas plataformas de comunicação, o que é, no mínimo, triste.
Apesar de elas serem, para mim, uma autoestrada perigosa, ainda assim encaro-as com algum sentido de positivismo. Nelas encontrei amigos verdadeiros que estão sempre comigo em todos os momentos. Caminham comigo. Se for preciso dão testemunho para mostrar o quanto nos conhecem, acompanham o nosso trabalho e admiram o que fazemos. O nosso profissionalismo e a nossa honestidade, valores que nos fazem merecer credibilidade no seio da sociedade. É o que aconteceu esta semana em torno de um vídeo sobre a minha pessoa. A todos vocês, meus amigos, vai o meu muito obrigado pelo carinho. Estamos juntos!
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