Só o povo pode decidir a continuidade da frelimo «no poleiro»…

OPINIÃO

Afonso Almeida Brandão

O porco é um animal que sempre me fascinou. Anatomicamente é o animal mais parecido com o homem, o que faz dele um dos bichos mais estudados pela medicina e outras ciências para percebermos o funcionamento do nosso corpo, algumas maleitas e respectivas curas.

Depois, os porcos não são esquisitos: são capazes de comer literalmente tudo, o que é bom para os criadores que não têm que lhes dar “ticket restaurant” — que no caso de Moçambique são “modernices” que ainda não chegaram! — para evitar as coimas do Organismo que Tutela a Alimentação e a Higiene no nosso País e de tudo aquilo que comemos —, como também, segundo os filmes de Hollywood, para quem se queira livrar do corpo do cônjuge e não ser apanhado pela polícia forense.

Há, igualmente, uma questão económica de monta, a do custo benefício. Para além de não ser um animal especialmente caro de adquirir e manter, no fim do seu ciclo de vida, tudo se aproveita, das orelhas aos pezinhos, passando pelos tão afamados enchidos. O porco representa também uma louvável e democrática inversão dos valores tradicionais. É dos poucos animais em que o preto tem mais valor que o branco. No reino animal, o urso polar, o elefante, a vaca, o lobo e outros quantos albinos, ascendem ao estatuto de deuses. Nos porcos é ao contrário: o preto é rei, mais caro, mais cobiçado e mais saboroso…

É, igualmente, dos Animais mais dados a comparações com os Humanos. Pareces um porco, “suas quem nem um porco, comes como um porco”, chafurdas na lama ou a tua casa parece uma pocilga, são epítetos comuns na nossa linguagem.

Há, ainda, a questão do orgasmo. Consta que o orgasmo de um porco dura trinta minutos, o que é motivo de profunda inveja a qualquer garanhão que se preze. Tive que confirmar se se tratava de um Mito ou se a coisa era mesmo assim. Ao que parece não é e, citando um dos estudos, “pode-se confirmar que não dura mais que alguns minutos”, como se a contagem orgásmica masculina se fizesse em minutos e não em segundos. Ao autor do estudo um grande “Ah! Leão!, És aquela Máquina!” pelas “performances” que considera normais…

Histórica e Politicamente, em Abril de 1961, os Estados Unidos da América tentaram invadir a Costa Sudoeste de Cuba e derrubar o regime de Fidel Castro. A Invasão da Baía dos Porcos durou três dias e as tropas paramilitares treinadas pela CIA renderam-se às forças armadas cubanas, treinadas e municiadas pelo Bloco de Leste. Fidel qualificou a tentativa frustrada como a “Vitória sobre o Imperialismo Americano”.

No plano literário, George Orwell, em pleno ocaso da Segunda Guerra Mundial, relata o sonho que o Velho Major, o porco mais respeitado da Quinta de Jones, em detrimento dos restantes animais que, chegada a hora da sua morte, compreendera o sentido da Vida e que os animais devem a sua miserável existência à Tirania dos Homens, preguiçosos e incompetentes, que usufruem do seu trabalho e os exploram, incitando à revolta. O Major morre, mas a revolução continua triunfando sobre os Humanos e pressupondo uma Nova Ordem em que os animais seriam todos iguais.

Acabando o período de harmonia e vivência utópica, surgem as quezílias, intrigas e disputas, o que implica uma adenda ao princípio, que passa a postular “mas alguns animais são mais iguais que outros”.

Em suma: o romance é uma alegoria sobre a ascensão de Estaline ao Poder e a consequente inversão dos ideais revolucionários, mas também uma Fábula sobre a Queda Moral dos Regimes e a Falência dos Modelos Teóricos de Governação face ao confronto com a Realidade e a inata e inevitável avidez Humana.

De certa maneira vemos algumas comparências com o que se passa com a FRELIMO e a sua (des)Governação que veio para ficar, como o Toyota

Até quando é que ninguém consegue assegurar. Só o Povo Moçambicano, o Cidadão Comum e Anónimo, com o seu Voto Útil e Secreto, à Boca das Urnas, poderá decidir a continuidade (ou não!) deste Partido no Poder desde 1975…

Basta de FRELIMO! Já cheiram a naftalina fora de prazo…

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