Igreja Anglicana desmarca-se da CNE e exorta Dom Carlos Matsinhe a praticar a verdade

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Depois das organizações da sociedade civil e alguns países da comunidade internacional mostrarem a sua preocupação face as irregularidades que marcaram as VI Eleições Autárquicas, a Igreja Anglicana de Moçambique, através do Conselho Anglicano de Moçambique, por sinal onde o actual presidente da Comissão Nacional de Eleições é Bispo, apelou aos órgãos de administração eleitoral e, sobretudo, ao Dom Carlos Matsinhe para observarem a lei eleitoral e prática da verdade.

O Conselho Anglicano de Moçambique refere na carta pastoral que enviou aos órgãos que chancelam os processos eleitorais em Moçambique que os nascidos na perola do indico esperam honestidade, integridade, transparência, respeito e a verdade dos gestores do processo eleitoral, tendo lamentado os ilícitos registados no grosso dos municípios.

O órgão máximo deliberativo da Igreja Anglicana mostrou-se preocupado com as interferências de outras instituições que não fazem parte dos órgãos da administração no processo eleitoral que culminou com a vitória da Frelimo em 64 dos 65 municípios e apela ao homem de Deus emprestado à política para observância da lei eleitoral.

“À Comissão Nacional de Eleições, especialmente ao Bispo Dom Carlos Matsinhe, e ao STAE, o Conselho Anglicano de Moçambique apela para a observância da lei eleitoral e a prática da verdade. O povo moçambicano, os eleitores esperam de vós a honestidade, integridade, transparência, respeito e a verdade. Jesus Cristo exorta a humanidade para conhecer a verdade dizendo que a verdade vos libertará (Ev.Joao 8.32)”, lê-se na carta pastoral assinada pelo Dom Vicente Msosa, vice-presidente do Conselho Anglicano de Moçambique.

Dom Carlos Matsinhe é Bispo da Igreja Anglicana e, ao mesmo, tempo presidente da Comissão Nacional de Eleições.  No entanto, na tentativa de limpar o nome daquela congregação religiosa da fraude que foi imprescindível para a vitória da Frelimo em vários munícipios, o Conselho Anglicano de Moçambique refere que a CNE é um órgão estatal e não pertence a nenhuma religião ou igreja.

“Aos partidos políticos, apelamos a observância da lei eleitoral e uso das instituições de justiça nos casos que considerem de injustiçados ou ilegalidades. Vos exortamos a tudo fazerem para a preservação da paz e tudo quanto fazem lembrados de que bem aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus. (S.Mateus 5.9). Clarificamos que a CNE é um órgão do Estado e não de qualquer religião ou igreja, incluindo a Anglicana”, avança a carta.

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