MSF alerta que deslocados necessitam de assistência de saúde mental

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A província de Cabo Delgado vive, actualmente, a pior crise humanitária da sua história devido ao terrorismo. O recrudescimento dos ataques fez disparar o número de deslocados e, por isso, a Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que os deslocados necessitam de assistência de saúde mental.

No entender da Médicos Sem Fronteiras, a assistência de saúde mental consta no topo das necessidades dos deslocados na província de Cabo Delgado, sendo que neste momento há limitação no acesso aos serviços de saúde em consequência da destruição das unidades sanitárias.

“Os deslocados que chegam à outra parte do distrito necessitam urgentemente de cuidados de saúde, em particular há um impacto significativo na saúde mental das pessoas que estamos a ver. E ao mesmo tempo necessitam urgentemente de ajuda básica, de alimentos, de abrigo, de bens humanitários de primeira necessidade. Acho que é importante também explicar que estamos a falar de uma população que há mais de seis anos está a viver como deslocada. Algumas dessas famílias já foram deslocadas anteriormente, são famílias que foram deslocadas três, quatro vezes”, disse Francesca Zuccaro, chefe da missão da MFS em Moçambique, numa entrevista concedida ao DW.

Os deslocados passam fome nos centros de acomodação e as organizações humanitárias já tornaram público que não tem fundos para continuar a prestar assistência. Para minimizar o sofrimento dos que perderam tudo com a eclosão do terrorismo, a Médicos Sem Fronteiras defende que é importante a ajuda chegar aos deslocados o mais breve possível.

“As necessidades são urgentes. É muito importante chegar e rapidamente dar assistência humanitária. Em alguns lugares, como o distrito de Macomia e a vila de Macomia, já havia presença de deslocados desde há muitos anos. Então, a presença de actores humanitários nestes lugares, também por causa da situação de segurança específica neste distrito, não foi contínua no último período, então era necessário ter muitas outras agências a intervir rapidamente. Noutras áreas onde os deslocados estão a chegar também era necessário escalar a resposta humanitária”.

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