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- Após sobreviver aos primeiros 100 dias de Governação
Passaram-se os 100 primeiros dias de Governação dos municípios, e os novos municípios é que mais atenção chamam, por estes começarem com uma nova experiência. Marracuene faz parte das 12 novas autarquias, apesar de estar há 30 dias já apresenta mudanças, dentre elas a reabilitação de estradas, construção de escolas e recolha de lixo feita por benfeitores. Segundo Shafee Sidat, edil da urbe, a ideia é transformar Marracuene num município de referência no país.
Marracuene é desde 07 de Fevereiro uma autarquia, por isso os munícipes esperam mudança e mais desenvolvimento. Nos primeiros 100 dias, para além de priorizar a limpeza da urbe, a edilidade dirigida por Shafee Sidat priorizou o seu tempo a criar condições para o funcionamento pleno da autarquia, apetrechando as várias unidades orgânicas em infra-estruturas e meios.
Cientes deste desafio, agora ultrapassado, os munícipes de Marracuene esperam que a edilidade faça mais, tendo em conta as prioridades prementes, como são os casos dos problemas de vias de acesso, alargamento da rede eléctrica, entre outros problemas que devem ser resolvidos.
Levi Baptista, nativo de Marracuene, diz que a edilidade deve empregar maior esforço na busca de soluções para o crónico problema de serviços sociais básicos que muitos sentem falta.
Em Possulane, por exemplo, não há escolas próximas, centro de saúde e posto policial, sobre este último alguns moradores dizem que já sofrem roubos.
Entretanto, aquando da tomada de posse, Shafee Sidat prometeu acabar com as inquietações dos mais de 100 mil habitantes. Volvidos os 100 primeiros dias de Governação, Sidat, que foi antes administrador, diz que não é fácil gerir Marracuene, mesmo que já o tenha administrado.
“Marracuene é um município novo, e não é fácil porque tudo é novo, não só para nós edilidade como também para os munícipes que não estavam acostumados a pagar nenhum impostos, fizemos os possíveis para não sufocar o cidadão, os vendedores e transportadores cobramos 20 meticais por dia”, disse Shafee Sidat.
O edil de Marracuene diz que quer acabar com a venda informal, mas só será feito depois que as condições forem criadas e adiantou que estão em curso projectos para a construção de mercados.
Um outro problema que Marracuene tem é a recolha do lixo. Portanto, para este problema, o Município conta, actualmente, com o apoio de três empresas que recolhem o lixo nos bairros e na vila de forma gratuita, o que para o edil é fruto da confiança depositada pelas empresas. “A maioria das coisas que estão acontecer em Marracuene são gratuitas, a Dom Alexandre que está a ser reabilitada não é dinheiro do município, mas sim dos parceiros e amigos que acreditam no desenvolvimento de Marracuene”.
“Apesar de enfrentar dificuldades, o que foi desenhado para os primeiros 100 dias foi cumprido, queremos mudar a visão que as pessoas têm do município e dos dirigentes, cumprindo o que foi prometido, vamos fazer com que todos os 22 bairros tenham corrente eléctrica, o plano é também acabarmos com todas turmas ao ar livre, para tal vamos construir salas de aulas”.
Há falta de efectivo em Marracuene
O Governo de Sidat precisa de pelo menos 300 trabalhadores para responder às necessidades da urbe, entretanto, actualmente é um desafio, pois contam com 18, e estes são remunerados com o valor das receitas, facto que incomoda o edil, para quem a arrecadação de receitas não pode servir para pagar salário, mas sim para contribuir para a população.
“Dos 120 agentes da polícia municipal que são necessários, serão contratados nos próximos dias apenas 60. Vamos contratar paulatinamente, senão não conseguimos pagar salário”, concluiu, acrescentando que não vai tolerar actos de corrupção neste processo de contratação.
Com o desenvolvimento que o município de Marracuene apresenta, João Ferreira, presidente da Associação Nacional dos Municípios, disse ao Evidências que “alguns dos 12 novos municípios não têm capacidade de desenvolverem por si só, há municípios que têm capacidade e em poucos anos vão criar suas próprias infra-estruturas, como é o caso de Marracuene, que já tem suas próprias instalações e já vê ganhos, mas há outros que, infelizmente, não têm esta mesma capacidade”, referenciou.

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