Human Rights Watch pede medidas ao Governo para travar raptos de crianças em Cabo Delgado

A directora-adjunta para a África da Human Rights Watch (HRW), Ashwanee Budoo-Scholtz, mostrou-se preocupada com o aumento de sequestros de crianças na província de Cabo Delgado. Para travar este fenómeno, Budoo-Scholtz pede medidas concretas para proteger as crianças e evitar que sejam usadas como instrumento de conflito.

De acordo com a directora-adjunta para a África da Human Rights Watch (HRW), Ashwanee Budoo-Scholtz, as crianças são raptadas para serem usadas para transportar bens saqueados, realizar trabalhos forçados, casamentos forçados e participar em conflitos.

“O aumento dos sequestros de crianças em Cabo Delgado agrava os horrores do conflito em Moçambique (…) A Al-Shebab precisa poupar as crianças do conflito e libertar imediatamente as que foram sequestradas”, declarou Ashwanee Budoo-Scholtz,

Com vista a travar o rapto de crianças, Budoo-Scholtz pede medidas concretas para proteger as crianças e evitar que sejam usadas como instrumento de conflito.

 A Human Rights Watch pede ao Governo moçambicano medidas concretas para proteger as crianças e impedir que grupos armados as utilizem como instrumentos de conflito, incluindo plano de reintegração nas comunidades após serem libertadas pelos grupos rebeldes.

 “As autoridades moçambicanas devem procurar prevenir novos sequestros, investigar os casos existentes e processar os responsáveis de forma justa, além de garantir o apoio adequado às vítimas. Crianças resgatadas precisam de cuidados médicos, assistência psicossocial e mecanismos de reintegração que garantam a sua proteção e bem-estar”, refere a directora-adjunta da HRW para África.

Refira-se que os dados constam no relatório do secretário-geral da ONU sobre crianças e conflitos armados de 2024, indicam que os maiores aumentos percentuais foram verificados no Líbano (545%), Moçambique (525%), Haiti (490%), Etiópia (235%) e Ucrânia (105%).