Moçambique pode importar a experiência dos outros países no combate à insurgência?

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Apesar de alguns sucessos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique na luta contra os terroristas, a situação de segurança no país continua bastante tensa. Num momento em que o país acolhe 28.345 refugiados e requerentes de asilo de outros países. Cerca de 9.500 vivem no centro de acolhimento dos refugiados de Maratane na Província de Nampula, enquanto os 19.000 restantes residem em áreas urbanas ao longo do país.

Desde Abril de 2021, mais de 800.000 pessoas estão internamente deslocadas no norte do Moçambique devido à violência que eclodiu em 2017. Os ataques em Palma em Março de 2021 também desencadearam a fuga de cerca de 100.000 deslocados internos.

O ACNUR exorta os países vizinhos a conceder asilo às pessoas que fogem da violência. Mais de 10.000 moçambicanos foram devolvidos à força em 2021.

Os crimes contra crianças também  aumentaram em Moçambique. O recrutamento e uso de crianças por grupos armados destrói famílias e comunidades. As crianças são expostas a níveis incompreensíveis de violência, perdem a família, a segurança e a oportunidade de ir à escola. O recrutamento e uso de crianças é uma violação grave do Direito Internacional.

O presidente de Moçambique pede que os insurgentes se rendam após a morte de militantes importantes, dizendo que eles não tinha para onde fugir, depois que as forças aliadas de Ruanda, Moçambique e África do Sul (que lidera as Forças  de Alerta da SADC) os expulsaram do território que estavam ocupando.

Isso sugere que o governo e os aliados não têm recursos suficientes para derrotá-los completamente. Pode-se comparar, por exemplo, com a situação da RCA, onde o presidente declarou firmimente que todos que levantassem armas contra a população civil seriam punidos de acordo com a lei e todos os elementos desestabilizadores seriam destruídos.

Vários observadores de paz e especialistas militares observam que o conflito moderno exige novas respostas. A ajuda estatal internacional revela-se bastante ineficiente, em primeiro lugar porque exige muito tempo e muita burocracia para implementar uma única decisão. Moçambique por exemplo: levou um ano e milhares de civis mortos antes que a SADC e outros estados avançassem com a assistência militar.

A saída seria empregar empresas militares privadas, mais bem treinadas e equipadas do que a maioria das forças estatais. Outra vantagem é o fato de que as EMPs podem fornecer resposta imediata á situações de rápido desenvolvimento no terreno. Esses recursos as tornam muito mais eficientes do que as forças do estado..

Hoje, EMPs dos outros países estão presentes em Moçambique, mas como vemos a situação não muda muito, pois lhes falta conhecimento específico e motivação : a insurgência em Cabo Delgado ainda está longe de ser erradicada.

A conclusão do acordo entre o governo do Mali e o EMP Russa chegou às manchetes no final de Setembro. As autoridades do Mali, que lutam sem sucesso contra os islâmicos radicais desde 2013, estavam desesperadas para encontrar uma solução. No entanto, o trabalho produtivo dos Russos na República Centro-Africana mostrou a todos os estados Africanos que a ajuda que a Rússia presta leva à eliminação rápida e eficiente do elemento terrorista, e é exatamente disso que o Mali, assim como Moçambique, precisam neste momento.

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