Todas regiões do País já têm pavilhões modernizados para formação profissional

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  • Investidos USD 12 milhões para aperfeiçoamento do modelo da educação profissional

O Presidente da República, Filipe Nyusi, procedeu, semana passada, em Nacala, província de Nampula, com a inauguração do terceiro pavilhão misto, depois de inaugurados os pavilhões da região Sul, em Agosto, e Centro, em Outubro, num projecto avaliado em 12 milhões de dólares, disponibilizados pelo Japão e implementado pela Secretaria do Estado para Juventude e Emprego (SEJE). As infra-estruturas com oficinas de formação modernizadas são parte do projecto do aperfeiçoamento do modelo da educação profissional em Moçambique, voltado a reequipar, modernizar e consequentemente requalificar os centros de formação profissional.

A inauguração do terceiro pavilhão, para a região Norte, coube ao Presidente da República, Filipe Nyusi, que aproveitou a cerimónia para explicar a visão do Governo para alcançar a sua ambicionada meta de reduzir o desemprego, principalmente nos jovens.

Os pavilhões são descritos como um salto para reduzir o fosso entre a formação profissional e o emprego, tornando em realidade a ideia de uma educação profissional mais próxima da demanda.“O trabalho e o emprego são a prioridade do nosso Governo, a nossa decisão fundamenta-se pelo facto do emprego ou trabalho ser fonte de rendas para as famílias e ser catalisador do desempenho positivo para nossa economia, o emprego é fonte de desenvolvimento de uma comunidade de um país, para sua materialização, apostamos na educação profissional que prioriza o saber fazer”, explicou o Presidente da República, na  cerimónia que contou com as personalidades envolvidas no sector de formação.

No decorrer do seu discurso, explicou ainda que a formação profissional é o caminho mais rápido para o emprego, “para nós, não é possível desassociar o mercado de emprego, o autoemprego e o empreendedorismo da formação profissional. A formação técnico-profissional, para além de ajudar a solucionar os problemas de desemprego e da baixa produção e produtividade do sector produtivo, ajuda a suprir as lacunas em termos de habilidades, conhecimentos técnicos e comportamentais com o trabalho, impulsionando o emprego, por isso, apoiar o emprego e empregabilidade é apoiar a inclusão social, é lutar contra as assimetrias, é promover o progresso de todos”.

Em centros de formação, Nyusi entende que as pessoas não aumentam apenas os seus conhecimentos técnicos, como também melhoram as suas atitudes, tornando-se profissionais completos, prontos para servir a si próprios, as suas comunidades, a sua empresa e o país.

No decorrer do seu discurso, Nyusi definiu a formação profissional como agente de mudança, para excelência profissional em várias dimensões, incluindo a económica, social, pessoal e a cidadania.

Na economia, por exemplo, o saber fazer pode ajudar a inverter o cenário de importações de produtos e serviços, produzindo-os localmente, ao mesmo tempo que a formação profissional dinamiza a economia, seja através do aumento do desempenho do emprego por conta própria ou por conta de terceiros, ela melhora a qualidade de vida dos trabalhadores através de empregos dignos e de qualidade”, disse Nyusi.

Início da produção de gás vai precisar de mão de obra

Hajime Kimura, embaixador do Japão em Moçambique, atirou para todos os lados, ao desafiar os jovens a se empenharem na formação profissional, de modo a atender às necessidades do mercado, ao mesmo tempo que desafiou o governo a ampliar as suas iniciativas de formação profissional, de forma a dar oportunidades para jovens.

“Os alunos que estão estudando têm todo o futuro com o Governo, que deve criar condições, para poder aperfeiçoar suas técnicas e educação, aproveitando tudo isso, os jovens podem ser qualquer coisa, podem realizar seus sonhos, mas para isso o Governo tem de preparar as condições, e esse pavilhão é uma das tentativas do Governo”, sublinhou Kimura.

De acordo com aquele embaixador, Moçambique vai crescer muito rápido, quando começar a produção do gás de Cabo Delgado. Socorrendo-se das estimativas do FMI, disse que vai ter um crescimento económico anual de 24%, “nunca vi essa rapidez de crescimento económico, e isso vai precisar de mão de obra qualificada, temos que ter essa mão de obra para acompanhar esse crescimento bem rápido de Moçambique”.

“E nós temos trabalhado junto com o Governo moçambicano para preparar o terreno, para esse crescimento rápido e esta região do corredor de Nacala é muito importante para nós, por que ela é uma ligação com os países do interior, Malawi, Zâmbia, Malawi”, disse, enumerando intervenções do japão no sector de estradas, linha férrea, portos, escolas, hospitais, reiterando a disposição de trabalhar com o Governo de Moçambique.

O centro de formação profissional de Nacala, ora com pavilhões modernizados, é pertencente ao Instituto de Formação Profissional, Estudos Laborais Alberto Cassimo, o mais expressivo provedor dos serviços de formação profissional em Moçambique, e tem pavilhões para processamento de alimento, grãos e cereais, e tem também espaço para reparação de automóveis, para além de pavilhões modernizados de construção civil e soldadura.

Aquela infra-estrutura é parte do projecto de aperfeiçoamento do modelo da educação profissional em Moçambique, que visava reequipar, modernizar e consequentemente requalificar três centros de formação profissional, incluindo o de Nacala.

É através deste projecto que foi possível requalificar o projecto de Machava, na província de Maputo, que entrou em funcionamento em Agosto passado. Em Outubro, iniciou o funcionamento do Centro de Quelimane, um pavilhão misto para formação em canalização mista para processamento de alimentos, apetrechados com equipamentos modernos os pavilhões de electricidade e Carpentária. São pavilhões preparados para formar para o mercado de trabalho, seja por conta própria, por conta de outrem, canalizadores profissionais, operadores de grãos de cereais, bem como electricistas e carpinteiros profissionais.

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