Indícios de fraude no MDM: Delegação de Gaza abonada à sua própria sorte e impedida de participar do Congresso

DESTAQUE POLÍTICA

Arrancou nesta sexta-feira, 03 de Dezembro, na Cidade de Beira, o terceiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique que vai culminar com a eleição do substituto do perecido Daviz Simango. Por se tratar de um partido que sempre foi exemplo da democracia nos seus processos eleitorais esperava-se que o Congresso fosse transparente e justo, contudo no arranque do tão almejado colóquio foram detectadas várias irregularidades que evidenciam, de certa forma, que há indícios de fraude. Tal é o caso da delegação da província de Gaza que foi abandonada à sua própria sorte e impedida de entrar nas instalações onde decorre o terceiro congresso.

Duas semanas antes da realização do terceiro Congresso, todas as delegações provinciais foram instadas a enviar a lista dos elementos que iam fazer parte daquela aguardada reunião do segundo maior partido da oposição em Moçambique.  A delegação de Gaza enviou a lista dentro do prazo estabelecido, entretanto quando chegou ao local onde se realiza surpreendentemente encontrou uma outra lista que, por sinal, foi duas vezes alterada.

“Além dos outros quatro membros, O delgado provincial, o delegado da cidade e chefe da mobilização e propagandas foram também excluídos. Foi uma grande surpresa para a nossa delegação que saiu de Gaza para participar neste congresso. Alteraram a lista e colocaram pessoas que nem conhecemos e isso preocupa-nos sobremaneira”, disse um elemento da delegação de Gaza visivelmente agastado com a situação para depois denunciar a comitiva oriunda de Gaza, diferente das outras, não teve direito ao alojamento.

“Vínhamos para este congresso cientes de que podíamos exercer o nosso direito de voto, mas infelizmente fomos impedidos de entrar na sala onde decorre a reunião. Estamos entregues à nossa própria sorte porque não tivemos direito a alojamento. Temos informações que as outras delegações foram recebidas e alojadas o que, de certa forma, gera estranheza”.

Quem também foi barrado pelos protocolos, que tem em mãos a lista de pessoas que não podem frequentar aquele espaço mesmo sendo militantes do MDM, é Filipe Nandza que sempre desempenhou a função de assessor dos assuntos religiosos de Daviz Simango. Aliás, Nandza sempre teve o privilégio de voto, porém por ter manifestado o seu apoio, na reunião da comissão política, ao actual secretário geral do partido foi barrado pelos supostos apoiantes de Lutero Simango.

Contactado pelo Evidências, o Secretário – Geral do MDM, José Domingos, confirmou que teve conhecimento de que alguns militantes do partido estão sendo impedidos de participar no congresso, tendo se adiantado que há indícios de viciação do processo eleitoral para que o mesmo não seja justo e transparente.

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