Aquando da fase da produção de provas o filho do antigo Presidente da República, Armando Ndambi Guebuza, jurou de pés juntos que era inocente e que o julgamento das dívidas tinha motivações políticas, ou seja, perseguição a família Guebuza por parte da Procuradoria – Geral da República. Entretanto, nesta quinta-feira, 01 de Dezembro, no segundo dia da leitura da sentença das dívidas ocultas, o Juiz Efigênio Baptista deu como provado o envolvimento de Ndambi Guebuza na contratação das dívidas não declaradas.
No segundo dia da leitura da sentença das dívidas ocultas, o Juiz Efigênio Baptista explicou que as motivações do crime no processo por si julgado não se baseiam apenas na doutrina e documentos oficiais, mas sim nas regras da lógica, princípios da experiência comum e dos factos notórios acessíveis a um homem medianamente informado.
Foi na base dos argumentos supracitados que o Tribunal declarou que Ndambi Guebuza esteve envolvido no esquema que lesou o Estado moçambicano em cerca de 2.2 bilhões de dólares, uma vez foi ele quem entregou os documentos da Privinvest ao então Presidente da República, Armando Emílio Guebuza o que, de certa forma, culminou com a contratação das dívidas ocultas.
Na leitura da sentença daquele mediático processo, Efigênio Baptista sustenta que o filho do antigo Chefe de Estado pediu a maior fatia do “bolo” de 50 milhões de dólares que, segundo consta dos autos, foi pedido por Teófilo Nhangumele a Jean Boustani para “massagear o sistema”.
Por outro lado, Efigênio Baptista salientou que há factos que sustentam que Gregório Leão e Cipriano Mutota formaram uma associação para delinquir, uma vez que os antigos quadros do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) eram sócios na Mulepe, uma empresa criada depois de Leão assumir a direcção geral do SISE.
Ainda no prosseguimento da leitura da sentença, o Tribunal referiu que Cipriano Mutota, Gregório Leão, Antônio Carlos de Rosário e Ângela Leão eram sócios numa empresa conhecida por JACIR.
Refira-se que provou ainda que Teófilo Nangumele partilha o escritório com a Mulepe e foi através que iniciou as conversações com os representantes da Privinvest, tendo destacado a agente secreta sul-africana, Batsatsani Thlokoane.
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