Edil da Beira vai pagar o 13º salário a mais de 2400 funcionários do CMB

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O presidente do Conselho Autárquico da Beira (CMB), Albano Carige garantiu, esta quinta-feira, 29 de Dezembro, em comunicado público, que vai pagar o pagamento do 13º salário a mais de 2400 funcionários daquela autarquia a partir desta sexta-feira (30), dias depois do Presidente da República, Filipe Nyusi ter anunciado a incapacidade do Governo pagar aquele abono para os mais de 3800 funcionários e agentes do Estado, este ano.

O pronunciamento de Albano Carige veio colocar pressão ao governo depois de no dia 20 do corrente mês, o Presidente da República, Filipe Nyusi ter declarado no seu informe anual que os funcionários e agentes do Estado não receberão o 13º salário devido a sobrecarga criada pelo pagamento da Tabela Salarial Única (TSU), assim como pelo gastos feitos com vista a fazer frente ao conflito armado na província de Cabo Delgado.

“Escutei atentamente o informe do Presidente da República, onde de várias outras coisas falou das dificuldades do pagamento do décimo terceiro salário. Sentei com o meu executivo e vimos que temos condições de pagar o décimo terceiro salário aos nossos funcionários. Amanhã iremos começar a pagar o salário para garantir que estes serviços todos possam implementar uma melhor dinâmica no funcionamento de vários sectores que compõem o CMB”, assegurou Carige, em entrevista ao Evidências.

Até ao momento, o Conselho Municipal da Beira, governado pelo Movimento Democrático de Moçambique, é o único município do país que declarou publicamente a existência de fundos para o pagamento de salários aos seus funcionários, o que pode ser um indicador de boa gestão das receitas. Diante disso, a questão que não quer calar é: “o que está a falhar nos demais municípios do país?”.

Refira-se que nos últimos anos o Governo reduziu as dotações para os municípios, sendo que grande parte destes têm se queixado de cortes no Fundo de Investimento Autárquico (FIA), alocado pelo governo central, bem como o não encaminhamento injustificado do Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana (PERPU).

No município de Inhambane, por exemplo, os trabalhadores da Empresa Municipal de Transportes de passageiros decidiram paralisar as suas actividades laborais por não estarem a auferir os seus salários há sete meses, o que mostra que enquanto algumas autarquias conseguem ser autoficientes, há outras quase a entrarem em default.

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