CICV continua a prestar apoio aos deslocados, mas refere que comunidades retornam às suas zonas de origem com necessidades básicas urgentes

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No âmbito da resposta humanitária em Moçambique, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), uma organização imparcial, neutra e independente cuja missão exclusivamente humanitária é proteger a vida e a dignidade das vítimas dos conflitos armados e de outras situações de violência, assim como prestar‑lhes assistência, em colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique, prestou assistência de emergência e apoio com meios de subsistência em toda a província com proposito de ajudar as pessoas deslocadas internamente e os retornados a melhorar suas condições de vida entre Janeiro e Junho do corrente ano. Contudo, aquela organização com sede em Genebra refere que comunidades retornam às suas zonas de origem com necessidades básicas urgentes.

O terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado teve um impacto, de acordo Comité Internacional da Cruz Vermelha, teve um impacto sobre a população e sobre as infrastruturas públicas, sendo que as consequências humanitárias ligadas ao deslocamento, à destruição de infraestruturas e à perda de meios de subsistência também prevalecem.

Actualmente, segundo apontam algumas organizações humanitárias, a província de Cabo Delgado conta com 834 mil deslocados internos e um total de um milhão de pessoas que se encontram em situação de extrema vulnerabilidade.

Por entender que as pessoas que escaparam da brutalidade dos terroristas precisam de meios de subsistência, nomeadamente, abrigo, água, alimentos e outros tipos de ajuda emergencial, nos primeiros seis meses do ano em curso, a CICV, que em Maio de 2023 abriu seu novo escritório em Mueda para prestar assistência humanitária às pessoas afetadas pelo conflito, para além do diálogo com os portadores de armas no Teatro Operacional Norte, prestou assistência para melhorar as condições de vida das vitimas do terrorismo.

“No primeiro semestre de 2023, em colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique (CVM), o CICV prestou assistência de emergência e apoio com meios de subsistência em toda a província para ajudar as pessoas deslocadas internamente e os retornados a melhorar suas condições de vida. A abordagem sistemática do CICV também ajudou a fornecer acesso à assistência à saúde e água potável por meio da reabilitação de unidades sanitárias e redes de abastecimento de água, o que beneficiou tanto as pessoas deslocadas quanto as comunidades que as acolheram”, refere

No período em alusão, no âmbito da assistência emergencial, Comité Internacional da Cruz Vermelha disponibilizou dinheiro para 523 famílias vulneráveis (2.615 pessoas), nos reassentamentos de Marcune, Montepuez, para ajudar a suprirem suas necessidades básicas.

Em Nairoto  e Montepuez, 2.575 pessoas (515 famílias) afetadas pelo conflito eceberam utensílios domésticos, sendo que 17,5 mil pessoas retornadas (3,5 mil famílias) em Mocímboa da Praia, receberam igualmente utensílios domésticos a fim de melhorar as condições de vida nos locais de origem.

Visando melhorar a assistência à saúde, se por um lado, a CICV reabilitou um Centro de Saúde em Pemba (Chuiba) e concluiu a segunda fase do Centro de Saúde de Ibo, que passará a ser um hospital e começará a funcionar até o final de 2023. Por outro, apoiou 11 centros de assistência primária, uma unidade móvel de saúde e 13 comitês comunitários de saúde em quatro distritos de Cabo Delgado (Pemba, Metuge, Montepuez e Ibo).

No que respeita a melhoria do acesso à água e saneamento, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique, capacitou cerca de 113 pessoas pertencentes aos comitês de água, dos quais 28 eram líderes locais e 1 era um técnico da autoridade distrital de água e infraestrutura, e capacitou ainda 15 voluntários para treinar sete novos comitês de água no distrito de Montepuez para apoiar a gestão de 10 poços perfurados em nove áreas de reassentamento de pessoas deslocadas internamente.

Ainda nas suas acções entre Janeiro e Junho do corrente ano, a CIVC capacitou 705 membros da Força Local nos distritos de Mueda, Muidumbe e Nangade, 43 integrantes da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM,) e 620 militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em matérias de Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitário, tendo ainda promovido apoio às famílias separadas pelo conflito armado e pela violência.

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