Motarua diz que não conseguiu alcançar êxitos na sua governação devido aos deslocados 

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A gestão de Florete Motarua, que substituiu Tagir Carimo na presidência do município de Pemba, foi pálida e por via disso alvo de críticas durante quase todos os cinco anos. Problemas de saneamento e deficiente recolha de lixo, fraco investimento em infra-estruturas e promessas não cumpridas foram as principais manchas de um mandato que não deixa grandes realizações na memória dos munícipes de Pemba. Na hora do adeus, falando aos munícipes na tomada de posse do novo edil, Motarua disse que não conseguiu cumprir com o seu manifesto por culpa das famílias deslocadas que deixaram as suas zonas de origem para se instalarem na capital da província de Cabo Delgado. Por outro lado, o edil cessante atira culpa aos agentes económicos que não pagavam impostos.

Adolfo Manuel, Pemba

A eclosão do terrorismo provocou uma crise humanitária sem precedentes na província de Cabo Delgado. Na sequência dos ataques, várias pessoas saíram das suas zonas de origem para a Cidade de Pemba por ser considerada a mais segura.

Esta situação aumentou o número de habitantes na Cidade de Pemba, exercendo uma pressão sobre diversos serviços. Pese embora, a gestão destes deslocados estivesse a cargo do Instituto Nacional de Prevenção de Desastres Naturais (INGD) e de organizações humanitárias nacionais e internacionais, o edil cessante justificou as poucas realizações alegando que a avalanche de imigrantes condicionou o seu plano de governação.

Para além dos deslocados, Florete Moturua aponta o dedo aos agentes económicos que não pagavam impostos mesmo depois de serem notificados pelos tribunais, tendo ainda referido que algumas instituições estatais cobravam impostos que em lei deviam ser cobrados pela edilidade.

Por sua vez, Satar Abdul Gani tomou posse e já começou a colocar a mão na massa. Poucos dias depois da cerimónia da tomada de posse, o novo edil de Pemba decidiu suspender a cobrança de taxas em todos mercados para organizar a casa, uma vez que a cobrança de taxas municipais tinha sido engolida pelas teias da corrupção.

Abdul Gani quer que os agentes económicos e comerciantes denunciem todo aquele que se fizer passar de agente fiscal cobrando valores nos estabelecimentos comerciais.