“Salvador” da LAM aumenta barulho para encobrir incompetência?

EDITORIAL

Na edição número 119 (de 25 de Julho de 2023) do Jornal Evidências mostramos como fomos redondamente enganados pelo Executivo na contratação da FMA. Mostramos que a empresa não tem nenhuma integridade institucional e muito menos tinha experiência que apregoava, e ficou ali claro que aquele salvador não tinha dosagem certa para doença da LAM.

 

Os dados continuam lá, e indiciam uma postura criminal da FMA, que embora presta serviços no território nacional, este recebe um valor não previsto (1.5 milhão) em randes, directamente no território Sul-Africano, via Delegação – LAM na África do Sul, que a princípio é autónoma, em facturas suspeitas contornando todas obrigações fiscais, tanto de Moçambique ou de África do Sul. Novidade para os moçambicanos, mas para os sul-africanos não tinha nada de novidade, a empresa já foi condenada por fraude fiscal. Da LAM, já facturou quase 50 milhões de meticais desde o primeiro pagamento, este é o valor conhecido.

 

Parte dos dados sobre a empresa foram forjados, o que nos revela uma outra faceta dos salvadores da LAM, que nos últimos meses se aperceberam que os moçambicanos, incautos, partilham tudo que é “escândalo”, mesmo que não seja sólido, uma estratégia que afinal funciona para ampliar o barulho e ocultar a incompetência do salvador que boia no alto mar. Não é surpresa que os WhatsApps estejam inundados de “últimas horas” desde que se descobriu a mentira sobre os combustíveis.

 

Os dados levantados pelo Evidências chamaram atenção da Procuradoria da Cidade de Maputo, que simulou abertura de uma instrução preparatória com nr 91/11/P/2023, mas não sabemos nada do seu seguimento, muito menos para apurar a veracidade das denúncias da FMA, que fez vista grossa a sua própria incompetência e reclamou incompetência dos gestores da LAM, sabotagem, corrupção e de tudo que foi “contratada” à melhorar. E por se suspeitar da integridade da empresa, chegou-se a níveis do Ministério convocar a FMA para alertar que evitasse falar à imprensa sem estar em concertação com os demais intervenientes. Debalde?

 

Conjugado estes dados com os desenvolvimentos recentes, fica mais sólido que a FMA foi uma escolha errada e devia ser expulsa e banida de falar à imprensa pelo volume de dados falsos que partilha. Primeiro, é uma empresa salva da insolvência, mas sem capacidade de pagar obrigações básicas como combustível. Depois, é apanhada em flagrante mentira pelas gasolineiras. Segue-se a mentira de que a LAM paga décimo terceiro até Junho. Se mentiu aqui, quem garante que o resto das informações deste salvador são verdadeiras? POS? Partilhado com a imprensa e não com a justiça?

 

Fica a ideia de que esta “reputada” empresa foi apanhada numa esquina em Thembissa, e depois de chamada na LAM foi abrir escritório partilhado (sim, partilhado) no Nelson Mandela Square, e foi recebido com pompas em Maputo e depois desse fracasso todo, nem quem contratou sabe por onde começar para se livrar deste salvador sem receitas à LAM, mas porque advogou em demasia pela FMA, criou expectativas e vendeu-as e agora está encurralado. Este é o perfil da “reputada firma internacional” que usa “escândalos” para encobrir a própria incompetência no lugar de partilhar com a justiça.

 

Na hora do balanço, de comparar o Relatório e Contas da LAM de antes e depois da entrada dos salvadores da LAM, teremos a maior clareza de quanto fomos enganados e como foi profanado a nossa soberania aérea. Talvez não estarão mais aqui as pessoas que contrataram a FMA para serem responsabilizadas. 

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