PGR desconhece impedimento da não realização da autópsia do embaixador russo

DESTAQUE POLÍTICA
  • Mais um embaixador russo morre em circunstâncias estranhas
  • Pelo menos três embaixadores russos perderam a vida nas mesmas circunstâncias, em Cartum, Lisboa e Maputo

O Embaixador da Rússia em Moçambique, Alexander Surikov, perdeu a vida, no último fim-de-semana, na sua residência, na Cidade de Maputo, aos 66 anos. Um dado curioso, é que as autoridades russas não permitiram que a Polícia da República de Moçambique (PRM) fizessem autópsia para apurar os motivos que estão por detrás do infortúnio. No entanto, a Procuradoria-Geral da República referiu, através do seu porta-voz, que desconhece a informação que dá conta da recusa para a realização da autópsia. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou em nota que Alexander Surikov terá morrido na sequência de um “acidente vascular cerebral”.

Elísio Nuvunga

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu uma nota onde informa que Alexander Surikov terá morrido na sequência de um “acidente vascular cerebral”, confirmando desta forma mais uma morte de um diplomata russo que perde a vida em circunstâncias que dividem a opinião pública entre a “coincidência” e a “conspiração”.

É que com este anúncio aumenta a lista de embaixadores russos que perderam a vida em circunstâncias semelhantes, como são os casos de, em Sudão, Portugal, Turquia, na própria Rússia, no intervalo de 2016 e 2017, e quase nas circunstâncias repentinas e agora, anos depois, mesmo episódio repete-se em Maputo.

Mais ainda, quando, segundo a polícia, as autoridades russas não autorizaram qualquer exame ao corpo. No entanto, o Ministério Público referiu nesta segunda-feira, 13 de Maio, que não tem informações da recusa para a realização da autópsia ao corpo do Embaixador da Rússia em Moçambique.

Sobre o ocorrido, o porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Nazimo Mussá, disse que “não tenho conhecimento. Mas naturalmente que qualquer ocorrência criminal, se for caso, o Ministério Público toma conhecimento”.

De acordo com a nota da polícia, quando a equipe do piquete se fez à morgue do Hospital Central de Maputo (HCM) constatou que o “corpo já tinha sido acondicionado na gaveta número cinco e, por orientações vindas da Rússia, as quais chegaram à equipa técnica do piquete através do cônsul daquela Federação, o senhor Yuri Doroshenkov, o qual esteve presente na morgue acompanhado com o encarregado de segurança da embaixada, foi orientado a não fazer qualquer exame do corpo e muito menos autópsia. Porém, a equipa técnica colheu fotografias do corpo do finado estando na gaveta, foram feitas fotografias à residência do mesmo e colheu-se o depoimento do cônsul”, lê-se na nota.

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