Uma viatura das Forças de Defesa e Segurança atropelou brutalmente, nas primeiras horas desta quarta-feira, 27 de Novembro, uma manifestante em plena Avenida Eduardo Mondlane. Reagindo ao episódio, o Ministério da Defesa Nacional garantiu que está a prestar assistência à vítima, mas ocultou os mimos entre os manifestantes e os ocupantes da viatura antes do incidente.
O incidente foi antecedido de uma notável discussão entre os manifestantes e os militares da mesma viatura. Depois que foram enxovalhados pelos manifestantes, os três militares que discutiam a retirada ou não de uma bandeira no centro da avenida Eduardo Mondlane, voltaram para o interior da viatura.
Em menos de cinco minutos, após a troca de mimos, a mesma viatura voltou no mesmo local em alta velocidade e atropelou a vítima que estava entre os manifestantes.
Na sua versão dos factos, para o espanto de todos, o Ministério da Defesa Nacional refere que a vítima foi atropelada acidentalmente.
“As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) comunicam que na manhã desta Terça- feira, dia 27 de Novembro de 2024, uma viatura militar devidamente caracterizada, atropelou acidentalmente uma cidadã na Avenida Eduardo Mondlane, próximo à paragem da Belita.Esta viatura encontrava-se em missão de protecção dos Objectos Económicos essenciais, limpeza e desbloqueio das vias de circulação, no âmbito da manifestação pós-eleitoral e fazia parte de uma coluna militar devidamente sinalizada”, justifica o pelouro liderado por Cristovão Chume para depois acrescentar que “vítima foi prontamente socorrida ao Hospital Central de Maputo onde se encontra a receber tratamento hospitalar adequado, estando as Forças Armadas em permanente acompanhamento”.
Ainda na tentativa de limpar a sua imagem, o Ministério da Defesa Nacional apela à população a observar, meticulosamente, as medidas de segurança relativamente ao respeito pelo código de estrada, referindo que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique respeitam os direitos humanos.
“As FADM lamentam profundamente o ocorrido e assumem total responsabilidade na assistência médica e psicossocial da vítima, no entanto apelam à população a observar, meticulosamente, as medidas de segurança relativamente ao respeito pelo código de estrada e a prioridade das viaturas militares, devidamente sinalizadas, em trânsito nas vias públicas. As Forças Armadas de Defesa de Moçambique, sendo uma Força credível ao serviço de Moçambique e dos moçambicanos estão comprometidas com a observância dos padrões mais elementares do Direito Humanitário e dos direitos humanos, pelo que o incidente sera rigorosamente investigado para assegurar que este tipo de situações não volte a acontecer”.
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