Ex- jogadores dos Mambas pedem intervenção de Daniel Chapo para desbloquear terrenos prometido aquando da qualificação para o CAN – 96

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·         Há atletas que perderam a vida antes de receber o prémio pela qualificação para o CAN

·         Para além do PR, ex- Mambas pedem intervenção do actual edil de Maputo

Em 1996, a seleção nacional de futebol carimbou o passaporte para o Campeonato Africano da modalidade que, por sinal, foi disputado na Africa do Sul, depois de 10 anos de ausência no convívio dos grandes do futebol africano. Como forma de premiar os briosos atletas que foram indispensáveis para que o País alcançasse a inédita qualificação, o Governo do dia prometeu a toda a comitiva do combinado nacional, nomeadamente, equipa técnica e jogadores, terrenos no Distrito Municipal da KaTembe, arredores da Cidade de Maputo. No entanto, volvidos 29 anos, a promessa ainda não saiu da teoria para a prática e, por isso, os atletas pedem a intervenção do Presidente da República, Daniel Chapo, para desbloquear a situação.

Duarte Sitoe

Em 1996, quando a selecção nacional de futebol conseguiu regressar à elite do futebol africano depois de 10 anos de ausência na sequência de uma vitória por 2 a 1 frente a sua congénere de Angola no mítico Estádio da Machava, uma vez que a última aparição tinha sido em 1986 no Egipto, Moçambique ainda era presidido por Joaquim Alberto Chissano.

Como forma de reconhecer o feito alcançado pelos atletas nacionais, o Executivo do dia prometeu terrenos no Distrito Municipal da KaTembe, arredores do Município de Maputo.

Ao longo dos anos, o processo conheceu avanços e recuos o que, de certa forma, inquietou sobremaneira os atletas.

Numa primeira fase, em cumprimento da promessa, foram indicados, pela primeira vez, espaços no município da Matola, no entanto, chegou-se à conclusão de que os terrenos a serem atribuídos deviam ser em outro local, ou seja, na zona da Marinha, na KaTembe.

Os ex-jogadores da selecção nacional receberam o Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT), mas, estranhamente, os terrenos que foram oferecidos pelo Executivo já tinham um proprietário que foi ao Tribunal com vista a recuperar os mesmos e, assim sendo, a promessa não foi cumprida.

Volvidos 29 anos após a classificação para o Campeonato Africano de Futebol que foi disputado na vizinha África do Sul, os ex-jogadores dos Mambas ainda estão na expectativa dos terrenos prometidos pelo Governo de Joaquim Alberto Chissano.

Perante a morosidade, a impaciência tomou conta dos ex-internacionais, sendo que há outros integrantes da comitiva que se qualificou para CAN-96 que já perderam a vida.

Manuel Valoi, ex-guarda-redes dos Mambas, lamentou o facto de o Governo não honrar com os seus compromissos.

“Passam cerca de 30 anos que nos prometeram terrenos em compensação pela nossa qualificação para o CAN-96. São promessas atrás de promessas. Infelizmente, temos colegas que já não estão entre nós”, lamentou Valoi.

Zé Augusto, o homem que anulou o inevitável Akwua, na altura capitão da selecção angolana, na caminhada para o Campeonato Africano das Nações em Futebol de 1996, não conseguiu esconder a tristeza pela morosidade na atribuição dos terrenos aos ex- Mambas. Augusto enfatiza que as outras gerações receberam prémios, enquanto a sua continua na lista de espera.

“Há gerações que conquistaram prémios e já os receberam, enquanto nós continuamos à espera. Os adeptos e simpatizantes moçambicanos não sabem que não recebemos os terrenos”.

Por seu turno, Bebé revelou que os atletas que na década 90 fizeram do Estádio da Machava um verdadeiro inferno para os adversários, enviaram uma carta para o Presidente da República, Daniel Chapo, e ao Edil de Maputo com o objectivo de desbloquear os terrenos.

“Decidimos meter uma carta ao Presidente da República, ao presidente do Conselho Municipal, Razaque Manhique, e até ao vereador do distrito Municipal da KaTembe, mas até aqui ainda não tivemos a resposta em relação aos terrenos que nos prometeram quando conseguimos qualificar  o País para o Campeonato Aficano de Futebol realizado na vizinha África do Sul”.

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