Diálogo Nacional: Ferrão defende que o país deve “parar, ver o que está mal” para alcançar resultados desejados

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O reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Jorge Ferrão, defende que o diálogo nacional deve ser um processo verdadeiramente inclusivo e transformador, que permita ao país refletir sobre os seus erros e reconstruir a coesão entre os moçambicanos.

Falando à margem de lançamento do livro do escritor Azael Moiana, Ferrão afirmou que Moçambique vive um momento crucial de autoavaliação e de busca pela reconciliação nacional. “Não custa pararmos um pouco, conversarmos, ver o que está mal, preservar o que está bem e, a partir daí, seguirmos numa direção que nos vai unir como moçambicanos”, disse ao Evidências.

Para o reitor, o diálogo nacional constitui uma oportunidade para “rebobinar” a história e corrigir os caminhos que o país tem seguido ao longo dos seus 50 anos de independência.

“É um exercício completamente necessário, desintoxicarmo-nos daquilo que fizemos mal como país e tentarmos encontrar as vias que nos conduzam à verdadeira reconciliação”, afirmou.

Ferrão revelou ter participado em algumas sessões do diálogo e destacou o caráter plural das discussões.

“Foi uma grata surpresa ouvir jovens que participaram nas manifestações, expressando as suas preocupações sobre a forma como a contagem dos votos foi feita. Também ouvimos pessoas que foram vítimas dessas manifestações, que perderam o pouco que tinham, mas que ainda assim defendem a transparência nos processos eleitorais”, relatou.

O académico sublinhou que o país deve aproveitar a oportunidade para fortalecer a confiança nas instituições e transformar o diálogo num verdadeiro espaço de escuta e reconstrução coletiva. “Se é um diálogo nacional, é um diálogo aberto a todos: políticos, académicos, agricultores, artistas ou mesmo prisioneiros. O país necessita desse diálogo”, frisou.

Para Ferrão, este processo deve ultrapassar a dimensão formal e converter-se num compromisso de todos com o futuro.

“Estamos a fazer um exercício que era inevitável. Se o diálogo é o caminho para refazer Moçambique, então que seja um diálogo de todos”, concluiu.

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