Elcídio Bila fala sobre pré-venda e lançamento de livros no Brasil

CULTURA DESTAQUE

O jornalista, escritor e editor moçambicano, Elcídio Bila, participa esta quinta-feira (22), às 19h00 do Brasil, de uma conversa subordinada ao tema “Pré-venda e Lançamento”, no âmbito de um ciclo de debates designado “Do Verso ao Impresso” que se realiza desde segunda-feira (12) nas páginas do facebook do Slam Diversos e da Biblioteca Sylvia Orthof.

A mesa redonda que pretende discutir o processo de pré-venda das obras literárias até ao seu lançamento e divulgação nas redes sociais será moderada pela actriz e produtora cultural brasileira, Patrícia Muniz.

Essencialmente, esta conversa irá buscar a experiência de Moçambique no que concerne ao trabalho editorial alternativo, tendo como exemplo a actividade que Elcídio Bila despende há quase 10 anos na editora de livros de cartão reaproveitado Kuvaninga Cartão d’Arte, mesclando com a sua experiência enquanto escritor e jornalista cultural.

De acordo com Bila, mais do que uma oportunidade para expor a sua experiência em assuntos editoriais, este convite do Brasil é mais uma porta para exportar a essência de uma edição alternativa ou, até certo ponto, marginal, com todas as dificuldades e limitações envolvidas e, acima de tudo, mostrar o quão resiliente é o projecto Kuvaninga.

“Dificilmente estarei a falar do processo de pré-venda e lançamento de livro sem mencionar a experiência da Kuvaninga, a única que me permite falar com prioridade, e será em torno dessa actividade que irá circular a minha comunicação, enquanto uma forma alternativa de disponibilizar o livro, primeiro pelo seu processo criativo e, segundo, pelo facto de usar caminhos que não são propriamente comuns se comparando com as editoras convencionais”, explica Bila.

Aliás, é mesmo por causa dessa experiência que Bila foi convidado a cruzar-se com mais de 20 artistas brasileiros e um moçambicano, Ivandro Sigaval, nesta busca por respostas sobre o processo de produção, edição e distribuição do livro.

Sigaval, por outro lado, irá abordar o tema “Editora X Autor”, em que pretende discutir a relação que a editora mantém com o autor; como funciona a divisão de direito autoral e o papel do autor na comunicação com a gráfica.

“Do Verso ao Impresso” é um pretexto para instruir aos editores independentes e novos autores sobre o processo de edição, lançamento e distribuição dos livros. Por isso, a curadoria do evento preferiu convidar escritores e artistas independentes que tenham ou não livro publicado, de modo que partilhem seus percursos, dúvidas, indecisões e desafios sobre este processo burocrático que inibe várias pessoas de lançar suas obras literárias.

“Eu pensei em convidar artistas independentes que tenham uma publicação e que estavam sonhando em publicar algo maior, pois isso requer conhecimento”, realça Patrícia Meira, organizadora do evento.

De acordo com Meira, a expectativa é que os escritores conheçam, de facto, o mundo em que actuam e que se informem sobre os seus direitos e deveres no processo de edição e distribuição do livro e que tenham mais segurança em qualquer actividade literária.

“Do Verso ao Impresso” é organizado pelo colectivo Slam DiVersos, grupo formado por poetas, escritores, dançarinos, actores e cineastas, com o apoio da Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Cultura, através do projecto Bibliotecas Online.

Elcídio Bila é jornalista, escritor, editor e activista cultural, colaborando, actualmente, com a plataforma crossmedia, designada Entre Aspas, sob gestão da Tindziva – Comunicação & Ideias. É membro e co-fundador da Kuvaninga cartão d’arte e director de Programas da Associação Cultural Nkaringan Arte. Publicou, em 2013, Xiphefu, seu primeiro livro de contos, e conta com publicações de notícias e crónicas em jornais e revistas nacionais e internacionais.

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