A Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e a Associação Moçambicana de Energias Renovais de Moçambique (AMER) – através do programa Europeu GET.invest em Moçambique, financiado pela União Europeia (UE) e pela Alemanha – realizaram nesta terça – feira, dia 30 de Novembro, uma conferência digital sobre energias renováveis em Moçambique. Reconhecendo a importância das energias renováveis, os participantes falaram da necessidade da pérola continuar desenvolver acções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas particularmente no que diz respeito a implementação de projectos de energias renováveis.
Sob o lema “Renováveis para Auto-consumo em Moçambique”, os participantes da conferencia debruçaram-se sobre o potencial do mercado do auto-consumo em Moçambique, tendo destacado o sector comercial, Industrial e a caracterização da procura no mercado.
Discursando na abertura do evento, Isabela Cancela, Directora Executiva da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), destacou que o evento focava-se nos consumidores e empresários com necessidades energéticas. “Pensamos que estamos necessidades podem ser colmatadas pelas energias renováveis. O objectivo desta conferencia são os consumidores e dos benefícios que as energias podem nos dar”, declarou Cancela.
Segundo o Chefe da Cooperação da Embaixada da Alemanha em Moçambique, Thierry Kuhn, o evento procurou mostrar o potencial das energias renováveis no sector do comércio, representando igualmente uma grande oportunidade para empresas e fornecedores em Moçambique
“A Cooperação alemã tem um papel importante no acesso à energia em Moçambique com projectos a rondar entre 70 e 80 milhões de euros. Acreditamos que em coordenação com o sector privado é possível apresentar soluções de energia limpa e acessível para todos moçambicanos, mas sempre em sintonia com o Governo”.
Por sua vez, na qualidade de representante do Governo, Marcelina Mataveia, Directora Nacional adjunta de Energia, referiu que uso de energias renováveis contribui para redução da dependência energética dos combustíveis fósseis assim como a diminuição de gases de efeito estufa.
“O Governo está comprometido com o desenvolvimento das energias renováveis daí que se tem empenhando no aprimoramento do quadro legal, criando um ambiente favorável para a implementação dos projectos de energias renováveis. Recentemente na COP26, o Primeiro – Ministro, Carlos Agostinho de Rosário, comunicou que o Executivo está comprometido em desenvolver acções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas particularmente no que diz respeito a implementação de projectos de energias renováveis”.
Reconhecendo a importância dos incentivos fiscais para a promoção das energias renováveis, particularmente fora da rede nacional, Mataveia adiantou que o Governo está a preparar um instrumento visando promover incentivos fiscais de modo a ter mais projectos de energias renováveis.
Por sua vez, António Sánchez-Benedito Gaspar, Embaixador da União Europeia em Moçambique, reafirmou o compromisso da União Europeia de ter impacto limpo no clima até 2050, tendo ainda adiantado que a UE está a preparar um pacote financiamento para o sector das energias renováveis no país.
“Como União Europeia continuamos a lutar para ter um impacto limpo no clima a partir 2050. Queremos reduzir 50% das emissões até o final da presente década. Do lado moçambicano já tivemos uma grande notícia com aprovação por parte do Conselho de Ministros da Nova Lei de Electricidade, mas será um processo longo, inclusivo e participativo que constitui uma mudança de paradigma. A União Europeia está a preparar um pacote de financiamento para as energias renováveis em Moçambique”.
Refira-se que a ALER actua em nove países lusófonos, mas tem como prioridade Angola, Cabo Verde, Guiné – Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique.
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