SERNIC aborta tentativa de rapto e detém dois mandantes na Cidade da Beira

Nos últimos anos, os raptos tornaram-se num dos negócios mais lucrativos em Moçambique. Entre Janeiro e Dezembro do corrente ano foram registados 14 raptos, dos quais apenas seis foram esclarecidos, mas os mandantes continuam sem rosto. Recentemente, o Serviço Nacional de Investigação Criminal ao nível da província de Sofala abortou aquele que seria o 15º rapto no corrente ano e deteve dois supostos mandantes na província Sofala.

De acordo com Alfeu Sitoe, porta – voz da Sernic na província de Sofala, a operação que culminou com a detenção dos dois supostos mandantes iniciou no dia 14 de corrente mês de Dezembro quando uma cidadã de origem indiana, por sinal empresária, foi raptada em Gondola.

Depois de Gondola, a cidade da Beira seria o palco de mais um rapto em que os raptores pediriam um valor a rondar os 20 milhões de meticais para devolver a vítima ao convívio familiar. Entretanto, a Sernic ao nível daquele ponto do país teve conhecimento do que estava para acontecer, tendo desencadeado uma acção para caçar os malfeitores.

Ainda de acordo com Sitoe, o grupo que semeava terror na zona centro do país manteve dois encontros para preparar o rapto, sendo que o primeiro teve lugar na zona do Estoril, na residência do cunhado na suposta vítima, e o segundo estava sendo monitorado por um velho conhecido da polícia, uma vez que esteve várias encarcerado no estabelecimento penitenciário da Cabeça de Velho em Manica.

“Tomámos conhecimento de encontros clandestinos do grupo e o Sernic em Sofala começou a fazer a investigação. Levantámos os seus cadastros”, declarou Sitoe.

No dia 20 de Dezembro corrente, a polícia identificou uma viatura Toyota Mark X, com chapa de matricula AGN 427 MP, por sinal a mesma que foi usada no rapto registado em Gondola, tendo iniciado a perseguição e quando o condutor, que responde pelo nome de Francisco José Joaquim, apercebeu-se da presença das autoridades da lei e ordem abandonou a viatura e colocou-se em fuga.

O Serviço Nacional de Investigação além de ter abortado o rapto prendeu dois elementos de um grupo composto por nove pessoas. A polícia revelou os nomes dos detidos. Trata-se de Manuel dos Santos e Momed Samir Ayob.

Dos Santos, agora a ver o sol aos quadradinhos, confirmou o seu envolvimento na preparação do rapto em que seria pedido o montante de 20 milhões de meticais para restituir a vítima à liberdade, tendo revelado que do valor em alusão dois milhões seriam para um funcionário da Procuradoria – Geral da República ao nível da província de Sofala que, por sua vez, dividiria com um alto quadro do Tribunal Judicial de Sofala.

ʺExigimos duas viaturas de suspensão alta, três cartões de rede de telefonia móvel registados e dois cativeiros para dar seguimento ao plano do rapto. Eramos um grupo de quatro pessoas e se tivéssemos conseguidos raptar a vítima teríamos 20 milhões de meticais, sendo que na divisão cada um teria cinco milhões de meticais, dos quais cada membro do grupo subtrairia 500 mil meticais para pagar ao nosso homem que trabalha na Procuradoria – Geral da República”, disse Manuel dos Santos.

Por sua vez, Momed Samir Ayob negou o seu envolvimento no caso, alegando que conheceu o Manuel na cadeia e apenas lhe emprestou dinheiro porque este pediu para resolver alguns problemas pessoais.