Liderança do partido e Manuel de Araújo em rota de colisão

POLÍTICA
  • Renamo entra em modo autodestruição
  • “Exortamos ao Manuel de Araújo a concentrar-se na solução dos problemas da autarquia, a ser mais proactivo e a fazer-se mais presente”

Como tem sido apanágio nos partidos da oposição, quando se aproximam período pré-eleitoral, a Renamo parece ter iniciado o seu tradicional ritual de autodestruição. Ontem, o partido da perdiz voltou a dar um tiro no próprio pé numa conferência de imprensa convocada para lavar roupa suja em público, com recurso a um verbo afiado contra Manuel de Araújo, instando-o a concentrar-se na solução dos problemas da autarquia de Quelimane, a ser mais proactivo e a fazer-se mais presente, numa clara alusão ao facto deste viajar muito dentro e fora do país.

Evidências

Tudo começou na semana finda, quando o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, de passagem pela cidade da Beira, foi interpelado por jornalistas e na entrevista acabou se queixando do afunilamento da democracia no seu partido e supostas exigências de membros da Comissão Política, para que desvie dinheiro da autarquia para financiar actividades do partido.

O desabafo do autarca, que se queixou de um silêncio cúmplice da direcção do partido quando denunciou o facto, acabou desagradando a liderança de Ossufo Momade, que,numa atitude algo imprudente lavou roupa suja fora.

Na voz de José Manteigas, a Renamo acusou Manuel de Araújo, seu membro, de ter dito inverdades e ter feito uma encenação sensacionalista encomendada com intuito de denegrir a imagem do partido.

“Entre tantas inverdades, o senhor Manuel de Araújo acusa um membro da Comissão Política Nacional do nosso Partido de ‘obrigar as autarquias a desviar dinheiro do município em benefício do Partido’. Aqui e agora prestamos os seguintes esclarecimentos: 1. O Partido RENAMO tem Presidente e órgãos abertos para resolver qualquer inquietação dos membros; 2. Não é, e nunca foi prática nem cultura da RENAMO aproveitar-se da sua posição e muito menos instruir, obrigar ou por qualquer outra forma forçar um membro ou quadro do Partido a praticar actos ilícitos em benefício de quem quer que seja, porque esta postura é milimetricamente contrária à nossa ideologia e filosofia governativa. Somos pela tolerância zero à corrupção ou outras condutas desviantes que põem em causa o bem público”, disse Manteigas.

Indo mais longe, o porta-voz da Renamo disse que pronunciamentos deste membro constituem autênticas mentiras encomendadas com pretensão dolosa de manchar e caluniar o Partido e seus quadros.

“Portanto, os pronunciamentos do senhor Manuel de Araújo são autênticas inverdades e resultam de clara intenção de divisionismo que beliscam a sua própria imagem e reputação. Não é verdade que na Renamo não há Democracia. Exortamos o nosso membro Manuel de Araújo a concentrar-se na solução dos problemas da autarquia, a ser mais proactivo e a fazer-se mais presente”, disse Manteigas.

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