PRM coloca Evidências no rol dos canais usados para promover manifestações violentas

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Volvidos dois dias depois de boicotar a marcha em homenagem ao rapper Azagaia, a Polícia da República de Moçambique, na voz do seu vice – comandante – geral, Fernando Tsucana, veio ao terreno contar a sua versão dos factos sobre o excesso de zelo dos seus agentes. A edição nº98 do Jornal Evidencias, datado de 28 de Fevereiro do corrente ano, é, segundo Tsucana, um dos antecedentes que incentivaram a marcha em homenagem ao rapper Azagaia.  Por outro lado, as autoridades da lei e ordem, que reagiram depois do apelo lançado pelas organizações internacionais, referem que se viram obrigados a disparar balas de borracha e gás lacrimogêneo porque os manifestantes queriam arrancar armas dos agentes destacados para a reprimir a caminhada.

O Jornal Evidências, TTV e a TV Sucesso são apontados pelas autoridades da lei e ordem como promotores de manifestações violentas em Moçambique amando das organizações da sociedade civil e dos partidos políticos.  De acordo com Fernando Tsucana, a manchete da edição nº 98 do Jornal Evidências: “Moçambique à beira de um golpe de Estado” e os debates cujo teor é de levantamento social na TV Sucesso deram o pontapé de saída ao que aconteceu na marcha em homenagem ao rapper que em vida cantava músicas de intervenção social.

As cartas que promoveram a marcha através das redes sociais são igualmente apontadas pela Polícia de República de Moçambique tornaram a marcha, que foi galvanizada pela morte de Azagaia, evidente.

Ainda no rol das justificações para justificar modus operandi dos seus agentes, Fernando Tsucana, lembrou que no dia do velório de Azagaia “os organizadores do acto pretendiam fazer um aproveitamento para fins obscuros, forçando a passagem do cortejo fúnebre por uma rota que inicialmente não estava prevista”.

O vice – Comandante – geral referiu, por outro lado, que, ao invés de músicos, a marcha pacifica em homenagem a Azagaia foi organizada por indivíduos ligados a partidos políticos e organizações da sociedade civil, tendo, por isso, concluído que a manifestação não seria pacifica.

Para dispersar os manifestantes, os polícias armados até aos dentes destacados dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo, sendo que dois cidadãos contraíram ferimentos graves nos olhos. Para justificar o excesso de zelo, Tsucana declarou que houve arremessos de objectos contundentes e tentativas de arrancar armas que estavam na posse da polícia.

“A PRM constatando a existência de fortes indícios de transição de uma manifestação pacífica para violenta decidiu preventivamente tomar medidas, desdobrando-se para os locais de concentração aonde aconselhou e exortou aos manifestantes para não realizarem as marchas. No entanto houve desobediência as autoridades policiais proferindo injurias arremessos de objetos contundentes, confrontação física com os agentes da polícia e alguns casos houve tentativa de apossamento de arma de fogo. Nestes termos com vista a reposição de ordem e segurança pública a PRM teve que recorrer a armas de dispersão de massas com estrita observância ao princípio de proporcionalidade de forças e equidade de meios.

Ainda de acordo com Fernando Tsucana, a manifestação foi liderada por figuras com ligações políticas e organizações da sociedade civil, tendo destacado Venâncio Mondlane, Quitéria Guiringane, Augusto Pelembe, João Massango, Fatima Mimbire, Albano Cariz, Ricardo Langa e Manuel de Araújo.

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